Notícias falsas do PL: debate critica o papel da publicidade nas plataformas – 21.07.2020

Os participantes do debate sobre o projeto de combate às notícias falsas apresentaram diferentes pontos de vista sobre o texto enviado pelo Senado à Câmara dos Deputados (PL 2630/20). Na segunda-feira (20), parlamentares e convidados discutiram se a publicidade e a promoção alteram a responsabilidade da plataforma; e como é possível regular o setor sem causar danos econômicos e danos à privacidade dos dados.

Esta foi a quarta discussão do ciclo a considerar os tópicos cobertos pela proposta, antes de o texto ser votado no conselho.

Jonas Valente, professor do Laboratório de Política de Comunicação da Universidade de Brasília, disse que o texto do Senado é correto quando se encontra um caminho para a transparência.

Ele pediu aos deputados que aderissem aos artigos 14 a 17 desta proposta, que determinarão, por exemplo:

  • Que os provedores de redes sociais identifiquem todo o conteúdo iniciado e promocional, permitindo que o usuário acesse as informações da conta responsáveis ​​pela promoção;
  • Que os prestadores de serviços que aumentam a propaganda eleitoral disponibilizam informações públicas, como o valor total gasto por um candidato ou partido e a identificação de anunciantes;
  • Isso fornece mecanismos para fornecer aos usuários informações históricas sobre o conteúdo e a publicidade com os quais a conta esteve em contato nos últimos 6 (seis) meses; e
  • Os provedores de serviços exigem anunciantes e contas que promovam conteúdo que verifica sua identificação, incluindo a apresentação de um ID válido.

transparência

Para Valente, as empresas estão caminhando na direção oposta em direção à transparência, quando se trata de publicidade. “Você precisa reconhecer a publicidade e veiculá-la também em um lugar de destaque”.

Segundo ele, o Google é um exemplo disso, por mais que seja um mecanismo de busca. “É um debate que a Câmara considerará, porque o Google reduziu a diferença entre o que é um anúncio e o que é um resultado de pesquisa orgânica. Mesmo no Facebook, os anúncios são muito menos proeminentes do que deveriam ser, ou seja, é uma prática de plataforma”.

A diretora de políticas públicas do Facebook no Brasil, Mônica Rosina, defendeu a empresa e citou ações nas mídias sociais que buscam obter mais transparência com o conteúdo publicitário, como uma ferramenta que permite ao usuário editar configurações e anúncios e entender por que um determinado anúncio veio a ele.

Rosina cuidou especialmente de um artigo que tratava de armazenar a história do conteúdo lançado e de publicidade por seis meses (artigo 16). Segundo ela, o dispositivo colocaria em risco a privacidade dos usuários da plataforma e seria mais apropriado limitar a solicitação apenas a anúncios e promoções eleitorais.

O apresentador do Facebook também criticou um artigo do projeto de lei do Senado buscando a identificação de anunciantes (artigo 17), o que, na sua opinião, poderia tornar o processo menos ágil.

“Estamos muito preocupados com o artigo 17, que exige um documento de identificação válido para todos os anunciantes. É possível ter um impacto econômico negativo muito negativo em milhões de pequenas empresas, pois isso tornará o processo mais lento e mais burocrático, sem agilidade que valorize o que dá valor à Internet hoje”.

Marcelo Bechara, advogado especializado em Internet, também defendeu a transparência. “Não há nada errado em ganhar dinheiro com publicidade, desde que seja transparente”.

Para ele, a publicidade nas mídias sociais deve obedecer às leis brasileiras, o que impediria, por exemplo, as crianças de influenciar a filmagem de vídeos e fotos que anunciam produtos cosméticos.

Responsabilidade social

Bechara também defendeu que a responsabilidade da rede social começa a partir do momento em que há um pagamento para fortalecer as informações.

“Assim que paguei pela plataforma para incentivar minha demonstração gratuita, ela se tornou parceira. Artigo 19 Marco Civil não é aplicável [da Internet], que afirma que a plataforma é responsável apenas pelo conteúdo gerado por terceiros após a ordem judicial. Nesse caso, não, ela recebeu financiamento para expandir seu alcance e meta. “

Eficiência e responsabilidade

João Camilo, representante da Associação Brasileira de Radiodifusão no debate, criticou o que chamou de “a desidratação do projeto”. Ele teme que a proposta seja reduzida aos princípios do campo ético e acabe perdendo sua eficácia.

Camilo também defendeu a responsabilidade da plataforma. Mas Mônica Rosina disse que o Facebook, com dois bilhões e 700 milhões de usuários, não tem como ser responsável por seus posts.

O vice-professor Israel Batista (PV-DF) destacou que os parlamentares tentarão elaborar um texto que não seja muito repressivo, para não criar vínculos com os avanços tecnológicos do país, mas ao mesmo tempo combater informações falsas e melhorar o ambiente para a participação. política.

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