BBVA e Sabadell encerram negociações para fusão – Banking & Finance

Sabadell e o BBVA interromperam negociações que duraram cerca de 11 dias para uma fusão entre as duas instituições, anunciaram os bancos em um comunicado aos reguladores nesta manhã.

O banco catalão considerou que a proposta sobre a mesa não avaliava devidamente os seus ativos e o preço não compensava a perda de independência que resultaria da fusão, pelo que optou por seguir a estratégia de crescimento orgânico no mercado espanhol.

“O Banco Sabadell decidiu encerrar as negociações porque não foi alcançado um acordo entre as partes sobre a possível troca de ações entre as duas entidades”, disse Sabadell em nota à CNVM.

O BBVA lembra, sem maiores detalhes, que “as negociações relativas à fusão com o Banco Sabadell foram concluídas sem que se chegasse a um acordo”.

As ações de Sabadell estão reagindo em forte queda, enquanto o BBVA está até mesmo valorizando. O banco catalão afunda 10,87% para 0,3585 euros, ainda desacelerando com uma queda mais forte no início da sessão.

Este surpreendente resultado representa, assim, um retrocesso no processo de consolidação que se vive na banca espanhola, que teve três operações de fusão em curso. Prosseguem as fusões entre o CaixaBank e o Bankia, que se tornará o líder da banca no mercado espanhol, bem como entre o Liberbank e o Unicaja.

A fusão entre o Sabadell e o BBVA nem mesmo concluiu a fase de due diligence (avaliação de contas e ativos por entidades independentes), e a operação deveria resultar em um plano de corte de 6.000 postos de trabalho e o fechamento de mais de 1.250 agências bancárias.

As sinergias deverão atingir cerca de 800 milhões de euros em 2023, valor semelhante ao que se espera na fusão entre o CaixaBank e o Bankia (770 milhões).

Caso a fusão fosse concretizada, seria criada uma instituição financeira com cerca de 960 bilhões de euros em ativos, consolidando o segundo lugar entre os bancos com origem na Espanha. Estaria mais próximo do líder Santander (com forte presença internacional) e mais distante da entidade que resultou da fusão entre o Bankia e o CaixaBank, que em Portugal detém 100% do capital do BPI.

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