De volta a Alagoas, Eloisa Fontes passará por avaliação psicológica e poderá ser internada novamente

Em suma, o desejo de liberdade de Eloise Pinto Fontes foi concedido. Após 22 dias de internação no Instituto Comunitário Philippe Pinel, em Botafogo, zona sul do Rio, a modelo de 26 anos foi despedida nesta quarta-feira e voltou com a mãe Luciene Pontes para Piranhas, interior de Alagoas, seu país natal. A jovem, resgatada no Morro do Cantagalo no dia 6 de outubro, ainda está em processo de recuperação. A diferença é que ela agora terá o apoio do município de Alagoas e de um projeto do governo estadual denominado Anjos da Paz, que oferece assistência psicológica e social a dependentes químicos. Existe a possibilidade de ela ficar internada novamente, desta vez, por mais tempo.

Eloisa passará por uma equipe com psicólogo e psiquiatra, que avaliará seu estado e situação psicológica. O contato com a equipe do projeto foi estabelecido diretamente pelo Instituto Pinel, que acionou o Centro de Admissão de Dependentes Químicos do Município de Santana do Ipanema, no Sertão de Alagoas, e articulou a chegada da modelo. De acordo com o Departamento de Prevenção da Violência de LA, uma jovem pode ser encaminhada para uma comunidade acolhedora, onde pode fazer tratamento voluntário por até seis meses, e pode ser reabilitada por mais seis meses, conforme necessário.

A modelo chegou a Paulo Afonso, município próximo a Piranhas, no final da tarde de sexta-feira, após uma viagem de ônibus de 39 horas. O custo foi pago por um gatinho feito por amigos e arrecadou Rs 1.600. Com uma parcela do valor, cerca de R $ 800, foram adquiridos ingressos para a jovem e sua mãe. O restante foi entregue a Luciene para custear as despesas de viagem e tudo o que fosse necessário. Os dois foram recebidos por um motorista da Secretaria da Previdência Social, junto com um supervisor de direitos humanos de Piranhas e um técnico dos Anjos da Paza. Temos uma equipe pronta para ajudá-lo em qualquer necessidade.

Modelo Eloisa Fontes Foto: Reprodução / Redes Sociais

– O procedimento de recuperação só pode ser respondido após os especialistas avaliarem o estado psicológico de Eloisa. Mas, também de acordo com seu testamento, ela já pode ser encaminhada para o Centro de Recuperação de Santana do Ipanema, parceiro no nosso município de Piranhas, onde fica uma das sedes dos Anjos da Paz – afirma a assistente social de Piranhas, Renata Crispim.

Eloisa carregava mochila com recomendações
Eloisa carregava uma mochila com recomendações Foto: Descoberta

Como a hospitalização é voluntária, inicialmente dependerá de uma conversa com a jovem e sua família. Mas é a primeira vez que governos municipais e estaduais oferecem ajuda a uma jovem que deixou a cidade aos 17 anos para ser modelo em São Paulo. Durante oito anos, Alagoas desfilou 1,80 metro durante as semanas de moda de Paris e Milão, a pedido de estilistas importantes como Vivivenne Westwood e Giambattista Valli. Depois vieram os trabalhos para Armani, Armani Exchange, Stella McCartney, Dior e Dolce & Gabbana. Também produziu capas para revistas conceituadas como “Elle”, “Grazia” e “Glamour”.

Anjos da paz

O projeto Anjos da Paz é formado por psicólogos e assistentes sociais e é uma das portas de entrada da Rede Acolha, programa do governo de Alagoas, via Sepreva, que oferece vagas de emprego para dependentes químicos em uma das 33 acolhidas comunidades terapêuticas totalmente gratuitas. O projeto já recebeu mais de 30.000 moradores de Alagoas desde o seu início em 2009.

A carreira de Eloise começou no século 17
A carreira de Eloise começou no século 17

Desejado alto

Eloísa esperava ansiosamente pela alta do Hospital Pinel e sempre deixava isso claro nas ligações que fazia para o amigo mentor Francisco Assis. Na quarta-feira, por volta das 17h, ainda sob efeito de medicamentos, Alagoas viu sua mãe assim que ela saiu do salão e a abraçou. Ele não chorou. Seu rosto estava calmo. Além da liberdade, o único desejo era comer pastéis de carne e beber caldo de cana.

– Já está tudo combinado com o hospital. A mãe chegou, ela estava triste e chateada com toda a situação. Você sabe que isso inspira cuidado. Eles se abraçaram na saída de Eloise. Ela estava bem, calma. Ela disse que estava com fome e pediu para comer pastéis de carne e tomar caldo de cana porque lembrou que quando saímos de seu segundo hospital (em agosto) a levamos lá. Mas dessa vez fomos direto para casa, onde preparamos o jantar – conta Assis.

Na casa de sua amiga Elois, ela comeu peixe, arroz e batatas, um prato preparado por sua mãe e pão preparado por sua amiga. Depois do jantar, ela adormeceu antes de uma jornada extenuante. Por volta das 21h30, ela acordou e se vestiu para ir à Rodoviária Novo Rio, na zona central, para pegar o ônibus a partir das 23h30. Mas houve um atraso de 1h30 e eles saíram apenas à uma hora da manhã de quinta-feira, dia 29.

Assis espera não ver Eloise logo. Uma amiga acredita que a volta ao Rio de Janeiro pode trazer problemas novamente para a vida da jovem. Enquanto uma alagoana fala inglês e alemão fluentemente, uma amiga espera conseguir alguns trabalhos com essas qualificações, mesmo que esteja fora do mundo da moda.

– Agora ela terá o apoio da Secretaria de Assistência Social e do Anjo da Paz que a ajudará nessa recuperação. Eles estão fazendo um projeto importante e premiado no país. Espero que ele nunca mais apareça no Rio. Isso é o inferno. Se ele estiver no Rio, a possibilidade é que o problema tenha voltado. Espero que ela se recupere, que ela fique aí e se cuide. Ela fala bem inglês e alemão, ela conseguiu emprego usando seus conhecimentos – diz Assis.

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