Empresa brasileira afirma eficiência do Coronavac acima de 50%, mas retarda resultados completos

RIO DE JANEIRO (Reuters) – Pesquisadores brasileiros disseram na quarta-feira que a vacina Covit-19 desenvolvida pela chinesa Sinovac Biotech foi mais de 50% baseada em dados de teste, mas novamente reteve resultados completos a pedido da empresa, levantando questões sobre transparência.

Foto do arquivo: 24 de setembro de 2020 REUTERS / Thomas Peter, em Pequim, China

O Brasil foi o primeiro país a concluir um ensaio tardio da chamada vacina coronavac, mas a divulgação dos resultados, originalmente marcada para o início de dezembro, está três vezes atrasada.

O recente atraso é um golpe para Pequim, que está na corrida para alcançar os fabricantes de medicamentos ocidentais e aumentar as críticas de que os fabricantes de vacinas chineses não têm transparência.

Assim como o vírus está rugindo vivo novamente, ele também pode despertar suspeitas crescentes sobre a vacina chinesa no Brasil. O presidente Jair Bolzano, que é suspeito de ter o vírus corona, questionou repetidamente a vacina chinesa com base em sua “origem”, dizendo que não tomaria a vacina COVID-19. Uma pesquisa no início deste mês mostrou que metade dos brasileiros agora o rejeita.

Autoridades do governo do estado de São Paulo Button se recusaram a especificar a taxa de desempenho em um teste que realizaram com 13.000 voluntários, citando obrigações contratuais com o Sinova. No entanto, eles disseram que a vacina foi suficiente para ser aprovada para uso emergencial no Brasil contra o novo vírus corona. O Controlador Sanitário Anvisa estabeleceu uma taxa de eficácia mínima de 50% para vacinas contra infecções.

“Nossa meta deve ser superior a 50%. Se for 51%, será importante para nós, principalmente porque vivemos um momento de crise de saúde”, disse o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Corinstein.

Autoridades disseram que a Sinovak foi solicitada a adiar a divulgação de dados precisos sobre o desempenho da vacina por 15 dias a partir de quarta-feira.

Sinovak não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

O diretor do Button, Dimas Kovas, disse que nenhum dos voluntários vacinados no estudo Coronavag no Brasil desenvolveu um caso grave de COVID-19 e contribuiu para a confiança em sua eficácia.

“É muito bom que não haja casos graves. Pode ser muito eficaz no combate à infecção”, disse Cristina Bonorino, imunologista que integra o comitê científico da Sociedade Brasileira de Imunologia.

“Mas prejudica a imagem da vacina deles causar essa relutância”, acrescentou. “No final, eles não deveriam ter mostrado algo que não relataram. Esse é o grande problema.”

Resultados positivos para concorrentes

A Sinovak será a fabricante chinesa de vacinas médicas depois que os Emirados Árabes Unidos disseram no início deste mês que uma vacina do China National Pharmaceutical Group (Sinoform), com sede em Pequim, era 86% eficaz.

Produtos competitivos desenvolvidos pela AstroGeneca PLC, Pfizer Inc. e Modernna Inc. produziram resultados positivos.

O tratamento da Pfizer, desenvolvido com a parceira alemã Bioendech SE, foi a primeira injeção COVID-19 totalmente testada a ser administrada, já lançada no Reino Unido, EUA e Canadá.

A China tem fornecido vacinas de teste do vírus corona, incluindo o Shot, desenvolvido por Chinovak, para grupos de alto risco no país desde julho sob um programa de aplicação de emergência.

A Sinovac conquistou contratos de fornecimento de vacinas com vários países, incluindo Indonésia, Turquia, Brasil-Chile e Cingapura, e está em negociações de vendas potenciais com as Filipinas e a Malásia.

Declaração de Fonseka em Point Pedro; Reportagem adicional de Roxanne Liu em Pequim e Gabriel Arazo em São Paulo; Escrito por Gabriel Starcarter; Edição de Brad Haynes, Sonia Hepinstall e Peter Cooney

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