Estado de emergência. O primeiro ministro anunciou novas medidas

Foi ainda determinado a suspensão das atividades escolares na véspera de um feriado nos dias 30 de novembro e 7 de dezembro e haverá um ponto de tolerância no Serviço Público nestes dias, para ter “um mês de Dezembro o mais calmo possível”, anunciou António Costa.

O líder anunciou que da lista dos municípios de risco em Portugal sairão 17 municípios: Aljustrel, Alvaiázere, Beja, Borba, Caldas da Rainha, Carrazeda de Ansiães, Ferreira do Alentejo, Fornos de Algodres, Golegã, Santa Comba Dão, São Brás de Alportel, Sousel, Tábua, Tavira, Vila Real de Santo António, Vila Velha de Ródão e Vila Flor.

O “mapa de risco” em Portugal, que cumpre os critérios europeus, agora está dividido em quatro níveis: “Risco extremamente alto”, onde agora estão localizados 47 municípios; “Risco muito alto”, com 80 municípios; “Alto risco”, com 86 municípios e, por fim, “risco moderado”, onde são 65 municípios.

Em condados de “alto risco”, onde há mais de 240 casos por 100.000 habitantes, a proibição de trânsito na via pública será mantida entre 23h e 5h e a ação de fiscalização do cumprimento do teletrabalho será ampliada, que segundo o Primeiro-Ministro não está a ser cumprido em todos os locais onde é obrigatório.

“Onde o teletrabalho for obrigatório, será mesmo respeitado”, disse o chefe de Governo, acrescentando que a Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, já deu autorização para “acções eficazes de verificação do cumprimento desta obrigação” .

Nestes municípios o encerramento de estabelecimentos comerciais até às 22h00 e restaurantes e equipamentos culturais até às 22h30 permanecem obrigatórios.

Para municípios de “risco muito alto e extremamente alto”, com mais de 480 casos por 100 mil habitantes, medidas adicionais serão tomadas. Aos sábados, domingos e feriados dos dias 1 e 8 de dezembro, a circulação nas vias públicas será proibida e o fechamento de estabelecimentos comerciais entre 13h e 5h é obrigatório.

Também nestes locais, será obrigatório o encerramento dos estabelecimentos comerciais a partir das 15 horas da véspera do feriado (30 de novembro e 7 de dezembro).

António Costa sublinhou que a lista é dinâmica e será revista de 15 em 15 dias, em linha com a revisão do estado de emergência. “Nos próximos meses, as medidas a serem adotadas serão modeladas de forma que se ajustem da melhor forma possível à realidade de cada município”ele explicou.

Mais adiante, questionado sobre uma possível nova prorrogação do estado de emergência em Portugal, o Primeiro-Ministro disse que ficaria “muito surpreendido” se este estado não se aplicasse no Natal, alegando que o conteúdo das medidas a serem adoptadas são menos intensas. , mas com maior extensão temporal.

Eu ficaria muito surpreso se não houvesse estado de emergência no Natal, porque isso significa que a evolução do combate à epidemia teria sido muito rápida ”, afirmou.

Medidas de apoio econômico

Manter-se-ão as medidas gerais aplicáveis ​​a todo o território nacional, nomeadamente a obrigatoriedade do uso da máscara na via pública e em conjunto de espaços fechados. A novidade é que, a partir de agora, a máscara também será obrigatória nos locais de trabalho, exceto quando as estações de trabalho estiverem isoladas ou quando há separação física entre diferentes postes.

“Os vírus também são transmitidos no trabalho e a máscara protege também contra a transmissão do vírus no trabalho”, explicou António Costa.

O primeiro-ministro também anunciou medidas de apoio econômico devido ao estado de emergência. O programa Apoiar.pt, no valor de 1.550 milhões de euros, será um deles, estão previstos empréstimos de 750 milhões de euros e 160 milhões de euros não reembolsáveis.

Outras medidas de apoio económico serão o acesso imediato ao Apoio à Recuperação Progressiva, bem como o adiamento dos pagamentos à Segurança Social e ao IVA trimestral.

O apoio à restauração será mantido em todos os municípios com restrição de atividades, ou seja, naqueles com mais de 240 casos por 100 mil habitantes. Na próxima semana haverá redução nos aluguéis comerciais.

As medidas foram anunciadas pelo Primeiro-Ministro no final da reunião extraordinária do Conselho de Ministros. António Costa iniciou o seu discurso com um obrigado a todos os portugueses pelo esforço que estão a fazer mais um fim de semana, “sacrificando a sua liberdade”, lembrando também todos aqueles a quem as medidas prejudicam financeiramente, nomeadamente os que trabalham nos sectores da restauração e do comércio.

Taxa de incidência “extremamente preocupante”

O líder enfatizou que o número de novos casos Covid-19 no país continua “extremamente preocupante”, embora, semana após semana desde meados de outubro, tenha havido um declínio consecutivo.

“Porém, esses resultados ainda são insuficientes. Ainda temos muito que lutar para alcançar o resultado desejado”, alertou.


António Costa sublinhou que temos de persistir em inverter o crescimento de novos casos e “esmagar esta taxa de incidência extremamente elevada” e que ela representa “uma ameaça à saúde de todos, ao funcionamento do SNS e é um desafio muito difícil para todos os profissionais de saúde que estão fazendo o melhor para curar pacientes que já estão infectados ”.

No final do discurso, já em resposta aos jornalistas, o Primeiro-Ministro rejeitou a dicotomia entre a abertura da economia e o combate à epidemia de Covid-19 e afirmou que o vosso Governo está unido em torno de uma visão de equilíbrio nas medidas a adoptar.

Questionado sobre o confronto de opiniões entre defensores do primado da economia e setores que querem prioridade absoluta para o combate à crise da saúde, o dirigente do executivo respondeu: “Não existe essa dicotomia”.

A autorização parlamentar para prolongar o estado de emergência até 8 de dezembro teve votos contra do PCP, PEV, Chega, da Liberal Initiative e da deputada não inscrita Joacine Katar Moreira, enquanto BE, CDS-PP e PAN se abstiveram.

(em atualização)

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