Governo recua em multas ISV para carros usados ​​importados – Orçamento do Estado

A componente ambiental que integra a fórmula de cálculo do imposto automóvel (ISV) também será tida em consideração no cálculo do imposto a aplicar aos veículos usados ​​importados da União Europeia. A medida consta da proposta de Orçamento do Estado para 2022, na versão preliminar a que a Empresa teve acesso e deverá implicar uma redução do imposto suportado por estes veículos.

Em causa está um braço entre o fisco e os importadores de automóveis usados ​​da União Europeia que já levou o país ao Tribunal de Justiça, por iniciativa da Comissão Europeia. A decisão do Tribunal ainda não chegou, mas o Governo está agora a alterar as regras.

Basicamente, o que acontece é que o ISV possui dois componentes, um com cilindrada e outro com o denominado componente ambiental. No entanto, de acordo com a legislação portuguesa em vigor, a redução devido à idade afecta apenas a componente cilindrada, ficando de fora na componente ambiental. Isso faz com que o preço final suba rapidamente, o que às vezes sobe muito mais alto do que o valor de mercado efetivo e desencoraja fortemente a importação. E, acima de tudo, faz com que os carros vindos de outros países europeus sejam tratados de forma desigual, o que viola os tratados europeus.

Agora, e de acordo com a proposta OE, um fator de redução do componente ambiental, que não estava previsto, devido ao número de anos do veículo, o que, explica Olga Esperança, inspetora da PwC, deve reduzir o imposto final a cargo de quem optar pela importação de veículos usados. a mão da União Europeia.

No que diz respeito aos negócios, trata-se de uma solução de compromisso para responder ao contencioso com Bruxelas, onde o direito português é visto como discriminatório, o que já levou a Comissão a instaurar um processo por incumprimento e, posteriormente, como Portugal não mudou, a uma acção no Tribunal de Justiça Europeu . Na prática, com esta alteração que o Governo agora propõe, não é dado desconto igual ao que existe para a cilindrada, mas o desconto é, sim, feito tendo em conta a vida útil do carro (e não tendo em conta a vida útil do carro). Ou seja, desta forma, Portugal garante a tributação da componente ambiental, mas fá-lo em função da vida útil do automóvel e não, como acontece com a cilindrada, em função do tempo que o veículo já dispõe.

Em Bruxelas e nos tribunais – onde as contestações dos importadores foram O governo argumenta que não se trata de criar qualquer obstáculo ao bom funcionamento do mercado único, mas está a respeitar os compromissos ambientais assumidos pelo país, bem como pelos Estados-Membros no Acordo de Paris sobre as alterações climáticas. E, ainda, para garantir o princípio do “poluidor-pagador”, considerando que não faria sentido atribuir desoneração fiscal à importação de veículos usados ​​mais poluentes.

Leave a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Scroll to Top