O ex-chefe de renda diz que a escola será cobrada mais do que um carro de luxo

O chefe da Receita Federal dos governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), advogado tributário Everardo Maciel, acredita que a proposta de reforma tributária apresentada pelo executivo levará as escolas a aumentar sua carga tributária, enquanto os carros de luxo pagarão menos impostos. Maciel fez da comparação um exemplo da diferença de tributação em diferentes setores.

“A carga tributária da escola está crescendo e o carro de luxo está encolhendo”, disse a autoridade tributária em entrevista ao O Globo. “Como você me classificaria se eu dissesse a seguinte frase:” Dos infectados, apenas 10% morrem. “Se a carga tributária é constante, algo cai e quem cai fica à beira da indústria”, acrescentou.

Maciel foi secretário de receita entre 1995 e 2002 e vê na proposta do ministro da Economia Paul Guedes a intenção de cobrar mais do setor de serviços. Segundo o funcionário tributário, não importa o quanto o governo reivindique impostos, apenas 10% do setor cairá; essa parte sofrerá com o aumento da carga.

“Ele (o governo) argumenta: realmente aumenta a carga tributária das empresas de serviços em regime cumulativo. No entanto, isso é apenas para 10% das empresas, porque 90% no Simples (Nacional)”, explicou a receita anterior.

O funcionário tributário também comentou a possibilidade de um reembolso de imposto semelhante à extinta CPMF (contribuição temporária para transações financeiras), que viria como compensação pela isenção da folha de pagamento.

“Os salários são muito caros no Brasil. O obstáculo é criar novos empregos. Agora isso inclui repensar os benefícios e encontrar maneiras mais adequadas e menos traumáticas. Você precisa de algo um pouco mais sofisticado”, afirmou.

Para Maciel, a solução seria recorrer a um novo imposto sobre movimentos digitais, que poderia aproveitar o momento desse tipo de transação devido à pandemia. coronavírus.

“Eu consideraria tributar os serviços digitais. É algo que está sendo discutido na França, Itália, Bélgica e Reino Unido”, afirmou.

Momento errado

Apesar da importância do tema, Maciel não vê a pandemia como um dos melhores períodos para discutir a proposta de reforma tributária. Segundo ele, “ninguém no mundo está discutindo isso”.

“Está na hora de aumentar impostos com os contribuintes? O que você precisa fazer é mitigar a ação tributária sobre aqueles que sofrem, esse é um critério?”, Perguntou Maciel.

“É incompreensível falar sobre essas coisas quando tivermos a próxima crise apocalíptica, que inclui emprego, problemas de negócios, problemas fiscais de estados e municípios. O mundo inteiro está lidando com essa questão e estamos nos divertindo com projetos de reforma tributária”, concluiu.

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