Portugal foi um dos que mais recuperou no verão, mas continua entre as crises mais agudas – Conjuntura

Portugal atingiu, no terceiro trimestre deste ano, a quarta maior recuperação do PIB, entre os 20 Estados-Membros para os quais já existem dados disponíveis. No entanto, continua a ser um dos países onde o nível de atividade económica registado nos três meses de verão é superior ao registado no mesmo período de 2019. Os dados foram publicados esta sexta-feira pelo Eurostat.

Entre julho e setembro, a economia nacional cresceu 13,3%, na comparação com o trimestre imediatamente anterior. Este foi o quarto maior crescimento, atrás apenas dos resultados da França, Espanha e Itália, que cresceram acima de 16%. A média da Zona Euro situou-se em 12,6% e a União Europeia em 11,6%.

Os números portugueses surpreenderam positivamente muitos economistas e os Negócios sabem que, mesmo no Ministério das Finanças, foram considerados um bom resultado face ao que se esperava. O comportamento da economia portuguesa no terceiro trimestre permite, por exemplo, que o Ministro das Finanças, João Leão, tenha dito na semana passada aos deputados da Assembleia da República que já está mais certo quanto à projecção do PIB para 2020 – a expectativa de uma recessão de 8,5%. Isso mesmo levando em consideração que a pandemia piorou mais cedo do que o esperado (a segunda onda chegou apenas na transição do verão para o outono, e não apenas na passagem para o inverno), o que pode ditar uma nova contração do PIB no último trimestre deste ano.

O desempenho foi bom, mas não o suficiente

Ainda assim, e apesar do bom momento de recuperação, Portugal continua a ser um dos países com crises mais agudas. É que a economia nacional havia sido uma das que mais se contraíram no segundo trimestre deste ano: havia caído 13,9%, registrando a quinta maior contração da União Europeia. Ou seja, o aumento verificado no trimestre seguinte deve ser lido em função da queda particularmente intensa que já havia sido registrada.

Por isso, apesar do aumento verificado na cadeia, quando a análise é feita tendo em vista a atividade econômica registrada no terceiro trimestre de 2019, a contração ainda é tão grande. Portugal manteve, no terceiro trimestre e mesmo depois de todo o aumento da atividade face à primavera, 5,7% abaixo do PIB alcançado nos mesmos três meses do ano passado.

Este é o quarto pior resultado entre os 20 Estados-Membros para os quais foram divulgados dados na sexta-feira. Pior, apenas Espanha (com queda de 8,7%), Romênia (6%) e República Tcheca (5,8%).

O país que conseguiu no terceiro trimestre deste ano estar mais próximo do nível de atividade que tinha no mesmo período foi a Lituânia, que se encontra apenas 1,7% abaixo.

Diante da forte retomada do número de contágios e da necessidade de vários países reintroduzirem medidas de contenção do vírus, muitos economistas admitem que a zona do euro pode voltar a patamares negativos nos últimos três meses do ano, dado o dinamismo da O Verão.

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