Primeiro-ministro do Rio liga partidos da oposição ao vandalismo e elogia bolcheviques em ações durante pandemia

Parlamentares que se opunham ao governo de Jair Bolsonar que ele quer Twitter eles reagiram com indignação à associação de partidos políticos a atos de vandalismo nos documentos oficiais do primeiro-ministro. Para eles, a corporação não é um julgamento ideológico de manifestações e o fato de que isso está acontecendo ameaça as liberdades democráticas no estado do Rio.

O deputado estadual e ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc (PSB-RJ) disse que seu partido deve apresentar uma ação ao STF nas próximas semanas para examinar a legalidade das ações parciais do primeiro-ministro em relação a protestos políticos.

Nós do PSB recentemente proibimos as operações policiais no STF durante uma pandemia. A próxima ação que proporemos será contra essa forma desigual de ação nas manifestações. Esses documentos mostram que a polícia, em vez de servir à sociedade, pertence a uma parte do governo. O bolsonarismo tem um dos seus fundamentos no policiamento

Carlos Minc, Estado Adjunto PSB-RJ

Minc também confirmou que articulará em Aller (a Assembléia Legislativa do Rio) uma manifestação oficial exigindo que o comando da corporação garanta o desempenho excepcional de suas unidades em manifestações a favor e contra o governo.

“Isso é inaceitável no Estado de Direito democrático, porque o primeiro-ministro é pago pelo cidadão. Se não há partido, não é a polícia, é a milícia”, criticou.

Na mesma linha, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) descreveu referências a partidos políticos em documentos oficiais do primeiro-ministro do Rio como “sérias”.

“Não cabe ao primeiro-ministro expressar uma opinião sobre os atos. Seu papel em qualquer ato público deve ser o mesmo: a proteção da propriedade pública e o direito à liberdade de expressão”, afirmou.

Não podemos permitir que o caldo cultural naturalize a idéia de que qualquer manifestação crítica ao governo ou que tenha um certo traço ideológico sofra repressão policial. A ordem do primeiro-ministro deve estar de acordo com a lei, não pode ser uma predisposição para conflitos

Marcelo Freixo, Deputado Federal PSOL-RJ

O sociólogo João Trajano Santo-Sé, coordenador do LAV (Laboratório de Análise da Violência) da Universidade de Rio de Janeiro, afirma que os documentos mostram ações deliberadas do primeiro-ministro do Rio – seguido por policiais de outros países – tentando exercer influência política .

“É muito preocupante porque vemos a polícia se tornando um ator político. É muito sério porque estamos falando de um ramo estatal que separa o uso legítimo da força. É uma diferença muito importante que deve proibi-los de se posicionar como ator político como os outros”, diz ele. ele.

Além disso, segundo ele, os discursos de governadores como Wilson Witzel (PSC), no Rio, e João Doria (PSDB), do SP, serviram de ímpeto para esse tipo de ação que agora se volta contra eles. “Desde a campanha eleitoral, eles vêm oferecendo carta branca à polícia. Eles pensaram que estavam se ajudando porque achavam que a polícia estaria do seu lado. Eles não contavam com a polícia para entender isso como autonomia”, acrescentou.

“Uma força policial autônoma, que não é responsável e alinha sua visão de mundo com o bolonarismo, é quase uma força policial privada, com os interesses privados de seus membros, em vez de uma força policial que defende tudo, que é um direito constitucional”, acrescenta Renato Sérgio de Lima.

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