Publicidade em redes sociais omite possíveis danos de cirurgia plástica – Em geral

No mesmo dia, Edisa, de 25 anos, foi submetida à retirada de gordura e pele do abdômen, inserção no glúteo e lipo no queixo duplo. (foto: REPRODUO / FACEBOOK)

Larissa Ricci, Maria Irenilda Pereira e Aissa Mac *

Tão graves quanto os riscos que procedimentos dessa natureza impõem à condição, como algo normal com o qual se tratar nos últimos anos. “Tenho que contar os efeitos que as cirurgias podem ter, dizer ao paciente que ele pode morrer com procedimentos simples. Isso acontece de forma muito comum e nem sempre é culpa do profissional. o risco de quem passa pela cirurgia ”, alerta o advogado Renato Assis, especialista em direito sanitário.

Acostumado a tratar de casos que terminam em justiça, ele diz que os erros processuais, dos mais simples aos mais complexos, são muito comuns, embora pouco publicados. E acredita que a publicidade irresponsável nas redes sociais, vendida com alegria, sem avisar de possíveis complicações, tem contribuído para o crescimento desenfreado deste mercado da beleza. “Hoje, há muitos casos em que influenciadores digitais indicam médicos. Este é um grande risco para quem é afetado e vai contratar um médico que nem conhece. Ele não conhece os riscos, ele nem sabe da operação. Isso é muito ruim para todos. Isso foge do que seria um marketing médico ideal e aproxima o risco de todos ”, alerta o advogado.

A irmã de Edisa acredita que a jovem não foi informada dos reais riscos do pacote de três cirurgias que comprou por cerca de R $ 11.000. “Os procedimentos foram realizados no mesmo dia da primeira e única consulta. Ele apenas transmitiu o valor da cirurgia e não disse nada sobre os riscos. Quando ele viu os exames dela? “Pita Samea. A enfermeira afirma que se o procedimento tivesse sido realizado corretamente pelo médico, a enfermeira não teria morrido. “O risco cirúrgico dela tinha um pequeno ponto no coração. Ela poderia operar, mas apenas no hospital, não na clínica como foi realizada ”, afirma Samea.

SEM FOTOS Segundo as diretrizes do Conselho Federal de Medicina, o exercício da profissão exige conhecimento técnico-científico, domínio de protocolos, cultivo da boa relação médico-paciente e respeito às limitações da publicidade e da divulgação médica. No entanto, muitos médicos ignoram este último ponto e insistem em publicar o famoso “antes e depois”, o que é proibido. “Todas as vezes, antes e depois do médico, ocorre um distúrbio óptico. E isso já mostra um pouco profissional. Esses médicos conhecem a infraestrutura médica, mas ainda fazem porque sabem que vai trazer pacientes ”, disse o advogado Renato Assis.

“Depois que minha irmã fez a cirurgia, ele postou o resultado do procedimento nas redes sociais. Ele completou a operação, fotografou todos os cantos. Ele excluiu somente após a confirmação da morte “, relatou a enfermeira. Conforme previsto na Resolução CFM 1.974 / 11, não é permitida a apresentação da imagem do paciente como meio de divulgação de técnica, método ou resultado do tratamento, mesmo com sua expressa aprovação. A norma permite, quando necessário, a utilização de imagens do paciente em artigos científicos e eventos, com a prévia e expressa aprovação dele ou de seu representante legal.

* Estágio supervisionado pelo Vice-Reitor Eduard Murta

Três perguntas para …

Marcela Caetano Cammarota

Diretor do Departamento de Comunicação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

O número de cirurgias plásticas e procedimentos cosméticos aumentou durante a pandemia?

O número de cirurgias plásticas caiu durante a pandemia devido ao isolamento e às restrições ao uso do centro cirúrgico. Por outro lado, após a liberação das consultas médicas e clínicas para retorno ao trabalho, aumentou a demanda por procedimentos estéticos não cirúrgicos.

Como a mídia social contribuiu para isso?

Não temos dúvidas de que as redes sociais e a exposição a imagens são fatores que contribuem para esse crescimento. A comunicação por meio de fotos e publicações florescentes nas redes sociais faz com que as pessoas queiram ter uma boa aparência e boa aparência. Após a liberação dos hospitais para a continuidade da cirurgia estética, veio à tona um pedido que foi suprimido, e o que vimos foi um aumento acentuado da cirurgia estética nos últimos dois meses.

Os preços das operações são mais acessíveis?

Eles são mais acessíveis. Há uma questão mercadológica relacionada ao número de cirurgias plásticas, que aumentou desproporcionalmente ao crescimento populacional nas últimas décadas, e também pela maior disponibilidade de oportunidades de crédito, como crédito e parcelamento de cartões e cartões de crédito.

Pol
A polícia civil recolheu documentos, conduziu inspeções locais e solicitou a exumação do corpo do cabeleireiro. (foto: Juarez Rodrigues / EM / DA Press% u2013 15.9.2020.)

A psicanalista e influenciadora Manuela Xavier explica que o fenômeno da busca desenfreada de procedimentos estéticos tem um caráter social, mas, acima de tudo, econômico. O psicanalista argumenta que a ideia de beleza é um conceito transformado para fins comerciais para que possa ser produzido. “O problema é vender a solução. Como o mercado da beleza serve para vender beleza, então beleza não existe. Não é considerado perfeitamente natural. É lindo enquanto a natureza se forja ”, avisa o médico e mestre em psicologia clínica da PUC Rio.

Do padrão artificial das curvas de Kim Kardashian ao tecido natural dos lábios rosados, a utopia de um corpo perfeito permanece inatingível como sempre. Só agora, o caminho para o inatingível são as clínicas cirúrgicas e estéticas. “Essa é a ideia de um corpo que está sendo cada vez mais manipulado. Este não é um corpo real. E para ter esse corpo, você tem que apagar suas características. Os Kardashians trouxeram o ideal de alinhamento em que os seios, nádegas, sobrancelhas e contornos têm proporções iguais. Nenhuma mulher terá, a menos que compre ”, ressalta o psicanalista.

Manuela destaca que a existência da mulher vai muito além da sua aparência física e que esta distorção do próprio funcionamento do seu corpo contribui para uma insatisfação eterna e que este mercado continua a crescer. “Seu corpo não foi criado para embelezar. Seu corpo foi criado para viver, trabalhar, fazer sexo, ser realizado. Existe algo na socialização que nos faz sentir desconfortáveis ​​com o corpo. Mas quando percebemos que essa insatisfação foi realizada em nome da necessidade de aceitação, podemos perceber que não se trata do corpo. “

Outro sem colocação

O Brasil é o segundo país a realizar mais cirurgias estéticas (superado pelos Estados Unidos), segundo a International Society of Plastic Surgery (ISAPS). Lipoaspiração, procedimento realizado por uma jovem que morreu após ser atendida em uma clínica de estética em Savassi, a segunda cirurgia plástica mais comum do país, atrás apenas de uma prótese mamária de silicone.

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