“Se a AstraZeneca faltar acidentalmente, por problemas operacionais, a substituibilidade pode eventualmente ser usada. Agora o critério não pode faltar um dia e já está mudando. Do contrário, não podemos seguir em frente. Nossa campanha está indo muito bem”, disse Queiroga.
“A ideia é que a vacina seja homóloga. A dose heteróloga é para um potenciador ou uma dose adicional”, explicou o ministro. “E essa (dose extra) é para idosos com mais de 70 anos e imunocomprometidos. Tem estados que já anunciaram que serão vacinados com mais de 60 anos. Então é difícil como a gente consegue fazer uma campanha de vacinação com esse tipo da vacina da torre da Babilônia? “.
O estado de São Paulo tem cerca de 1 milhão de pessoas que não receberam a segunda dose da vacinação AstraZeneca por falta de imunizações, por isso decidiram se inscrever na Pfizer a partir desta segunda-feira para evitar atrasos na campanha de vacinação.
Em relação ao uso do Coronavac para dose aumentada, Queiroga mais uma vez solicitou a apresentação dos dados pelo Instituto Anvis Butantan, como forma de divulgar o registro final da vacina produzida em parceria com o laboratório chinês Sinovac. “O que a ciência apontou é que um sistema heterólogo é mais suficiente”, disse o ministro sobre o aumento da dose.
O Ministério da Saúde não recomenda o uso do Coronavac em idosos, o que aconteceu em São Paulo. “Estou conversando com gestores de saúde, acompanhem o PNI (Programa Nacional de Imunizações) e juntos faremos uma campanha mais efetiva”, questionou o ministro.
Queiroga também minimizou a ocorrência de variantes do novo coronavírus. “Todos os dias vemos que não será um problema tão grande quanto temíamos”, disse ele sobre a variante Delta. “A variante é importante para Ele, ainda assim não se preocupa.”
Em meio a pressões do presidente Jair Bolsonar, ele reiterou que o uso obrigatório de máscaras deve ser anunciado em breve. “Estamos muito próximos de conseguir isso no Brasil. Mas nossa campanha deve avançar”, pensou.
Reduzindo o intervalo entre as doses
Apesar das dificuldades em encontrar as vacinas da AstraZeneca em todo o país, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta segunda-feira que o intervalo entre as doses do imunizante a partir do próximo dia 15 será reduzido de 12 para 8 semanas. A pausa de setembro da Pfizer já havia sido anunciada por Queiroga no mês passado. O Coronavac tem um intervalo menor de 28 dias, e a vacina Janssen é uma dose única.
Apesar das mudanças na faixa, os critérios adotados ainda divergem das recomendações do fabricante. A Pfizer recomenda um intervalo de 21 dias entre as doses e a AstraZeneca de 12 semanas, como é o caso hoje.