Rússia ameaça cortar relações com a União Europeia por causa do caso Navalny

A posição de Moscou veio um dia depois que os ministros das Relações Exteriores da UE concordaram em impor sanções a autoridades e órgãos russos, que são considerados responsáveis ​​pelo envenenamento de Navalny com um agente nervoso do grupo Novichok.

“Provavelmente teremos que simplesmente parar de falar com as pessoas no Ocidente que são responsáveis ​​pela política externa e que não entendem a necessidade de um diálogo mútuo respeitoso”, explicou o MNE russo, durante uma conferência em Moscou, citada pela Associated Press (AP).

Em relação às recentes declarações da presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula Von der Leyuen, de excluir uma parceria com a Rússia, o chefe da diplomacia russa garantiu que este cenário é possível, se a União Europeia assim o desejar.

“A Rússia quer ver se é possível fazer negócios com a União Europeia nas condições atuais”, explicou Lavrov.

Os chanceleres da União Européia aprovaram um pacote de sanções contra Moscou na segunda-feira em Luxemburgo, após o envenenamento do oponente russo Alexei Navalny.

“Implementamos a proposta da França e da Alemanha de impor sanções aos vinculados à tentativa de homicídio [de Navalny]”, Afirmou o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, no final de uma reunião no Luxemburgo do conjunto de Ministros dos Negócios Estrangeiros da UE.

“Todos os Estados membros aceitaram as sanções, ninguém ficou relutante”, frisou Borrell.

O anúncio foi feito depois que a França e a Alemanha acusaram Moscou, na quarta-feira, de estar por trás do envenenamento do oponente russo.

Diante da ameaça de sanções da Alemanha e da França, o ministro russo das Relações Exteriores disse, na última sexta-feira, que “não era surpresa” que as sanções fossem anunciadas, “sem provas e sem concluir a investigação necessária. Alemanha e outros países da UE” .

Cabe agora ao Conselho Europeu implementar as sanções aprovadas, com base numa lista a fornecer pela França e pela Alemanha.

O oponente russo, Alexei Navalny, foi envenenado em 22 de agosto em Omsk, na Sibéria, durante uma campanha de campanha.

Depois de entrar em coma em um hospital local, Navalny foi transferido para o hospital Charité de Berlim, onde um agente tóxico do grupo Novichok foi detectado no sangue e na urina do paciente russo.

Diante das evidências de envenenamento, a chanceler alemã Angela Merkel havia dito, no início de setembro, que a UE e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) dariam uma “resposta adequada” ao envenenamento de Navalny.

Em 2018, a UE já havia imposto sanções ao chefe e vice-chefe do Departamento Central de Inteligência da Rússia (GRU), após o envenenamento, com um agente tóxico do grupo Novichok, o ex-espião russo, Sergei Skripal, e sua filha. , Yulia Skripal, na cidade de Salisbury, Inglaterra.

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