Sem bombeiro e com um general não funcionando, Cinemateca vira bomba-relógio no WC – 07/03/2020

A mesma tragédia que aconteceu no Rio em 2 de setembro de 2018 com o Museu Nacional pode ser repetida em São Paulo a qualquer momento.

Não no Museu de História, mas no audiovisual: a Cinemateca Federal tornou-se uma bomba incendiária colocada em Villa Clementino e São Paulo.

Sem dinheiro devido ao não pagamento de dívidas do governo federal que já ultrapassa R $ 13 milhões (aumentando mais de US $ 1 milhão por mês), o maior museu de audiovisual e cinema da América do Sul é um pavio de pólvora.

É importante lembrar que o contrato do governo com Roquette Pinto dura até 2022. O governo de Bolsonara simplesmente parou de pagar e quer rescindir o contrato gratuitamente. A Cinemateca possui cerca de 150 funcionários.

Ou melhor ainda, nitrato de celulose e outros produtos químicos altamente inflamáveis ​​com os quais os filmes foram feitos até meados do século passado.

A coluna revelou que um importante gerador de Cinemateca está falhando e apresenta vários problemas nos últimos dias.

Para piorar a situação, os bombeiros tiveram que deixar o local devido à falta de salários, além de desligar o sistema de câmeras. Não há seguranças que possam avisar em caso de problemas, e a eletricidade é garantida apenas até o próximo dia 10.

A questão da energia é tão assustadora quanto o risco de incêndio: sem ela, não há controle sobre temperatura e umidade, e centenas de milhares de registros de cinema, televisão e até a publicidade brasileira podem se deteriorar no século passado.

A faísca e toda essa história vão fumar fumaça.

Com o benefício do governo federal, que nem mesmo respeita sua dívida passada com a Fundação Roquette Pinto e não tem planos para a Cinemateca – exceto fechá-la, como reportado exclusivamente nesta coluna no mês passado.

Artesanato é feito

Para evitar a mesma situação que aconteceu no Museu Nacional, quando ninguém quis assumir a culpa pelo incêndio, a administração da fundação escreve as cartas seguidas.

Neles, ele adverte as autoridades de que elas não podem fazer nada além de armazenar e manter a estrutura em sua forma atual.
A fundação já se comprometeu a cortar custos para continuar armazenando o material de qualquer maneira, mas é preciso o mínimo de dinheiro para manter a situação.

A história do país e a memória visual são comprometidas assim que você lê este texto.

Ricardo Feltrin em Twitter. Facebook. Instagram e Opa site

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