Tratamento VIP dirigido a Sarí Côrte Real, no caso de Miguel, é outra injustiça


Crédito: Reprodução no Facebook

“O que ele tem medo de não poder esperar para a polícia abrir, como todo mundo?”, a frase foi dita ontem por Mirtes Renata de Souza, mãe de Miguel, que morreu quando caiu do prédio onde sua mãe trabalhava como empregada doméstica.

Ela estava pensando em Sarí Corte Real, seu ex-chefe, que foi punido por assassinato (sem intenção de matar) pela morte do menino. Sarí, primeira-dama do município de Tamandaré (PE), testemunhou ontem na delegacia de Santo Amar (no Grande Recife) que abriu mais cedo, especialmente para ser recebido, em uma espécie de tratamento VIP.

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Sarí é acusado de ser responsável por um crime que chocou o país. Apesar da monstruosidade da situação e das consequências do caso, ele foi tratado com privilégios desde o início. Mirtes, que foi ontem à delegacia com familiares, comentou que a delegacia abriu duas horas antes para receber o acusado.

Sim, o escritório abriu antes das 18h, quando o horário comercial normal é 20h. A polícia atendeu às solicitações dos advogados dos réus, que disseram que havia “riscos de aglomeração de pessoas e o risco de agressão contra o depositante pelas pessoas “.

Bem, é claro, havia uma aglomeração, se não na entrada, na saída: o a população enfurecida causou inquietação quando Sarí deixou a delegacia (mas não foi ferido). A questão que permanece é: um homem fracamente mortal teria a mesma administração?

Este não é o primeiro privilégio concedido a Sarí, que é casado com o prefeito da cidade de Tamandaré e pertence a uma família rica e influente.

No dia em que a notícia do crime se espalhou, nós jornalistas fizemos o possível para confirmar o nome do acusado. Isso ocorre porque a delegacia que tratou do caso não divulgou os dados no primeiro comunicado à imprensa. Só sabíamos com certeza quem era o acusado (e assim poderíamos revelar com certeza) depois que ativistas e jornalistas de Pernambuco começaram a pedir um nome nas mídias sociais e nos forneceram provas de que poderíamos revelar o nome.

Não, esse não é o caso de suspeitos de assassinato premeditado, especialmente em um caso tão sombrio que nos choca tanto, por causa da reunião de tantos componentes sombrios.

E se fosse o contrário?

“Se fosse o contrário, eu não teria direito a fiança”, disse Mirtes, que cuidava dos filhos da amante. Quem sabe como a realidade brasileira já imagina, pelo menos, ficaria presa. Para Sarí, preso em flagrante, ele pagou uma fiança de 20.000 reais e foi libertado. A mulher ficou tão à vontade com o sentimento de impunidade que foi à vigilância de Miguel e disse que ele correria para o elevador.

Essa explicação se desfez depois que um vídeo foi lançado, mostrando o garoto no elevador sendo liberado, e Sari apertou os botões e virou as costas, deixando-o lá.

Na porta da delegacia, a mãe de Miguel chorava com o filho nos braços. Por esse lado, todos nós que seguimos o caso com tristeza e raiva sentimos a rebelião aumentar. Miguel e sua mãe merecem justiça. Como vamos confiar nela, pois vemos que o provável assassino está sendo tratado como um “réu VIP”? Nós não podemos aceitar isso.

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