Um trabalhador informal testa a tecnologia para salvar o emprego e sobreviver

O alfaiate Valdirene Rodrigues foi atingido por uma crise causada pela pandemia dos “rápidos 19”. (Rosana Aparecida)

Sem usar um perfil de negócios nas mídias sociais, serviço limitado via WhatsApp e nenhuma infraestrutura de comércio virtual, os empresários da área de São Paulo que não passaram pelo processo de alfabetização digital voltado para os negócios relatam o impacto da adaptação à pandemia, criando alternativas de vendas.

Por Tamires Rodrigues

Nos últimos três meses, comerciantes e residentes que têm seus próprios negócios na periferia ficaram sem renda, pois sua maior fonte são as vendas pessoais para o consumidor pessoal. Dadas as circunstâncias causadas pela pandemia coronavírusEles tiveram que se reinventar para sobreviver e sustentar uma família.

Jaime de Jesus, 41 anos, mora no bairro Campo Limpo, em Jardim Piracuama, em São Paulo. Ele é vendedor ambulante há 18 anos. “Comecei a vender bebidas em estádios, capas de chuva e depois fui trabalhar, trabalhei, não tive chance de voltar ao mercado de trabalho e continuei na rua”, lembra ele.

Devido à falta de oportunidades no mercado formal de trabalho, ele se ajustou ao serviço de um vendedor ambulante para garantir-lhe um salário no final do mês. “Não há nada à venda, você sabe. Um dia estou vendendo um guarda-chuva, no dia seguinte estou vendendo algo diferente.”

Jesus se adaptou às circunstâncias e usou o trabalho para gostar de ler as histórias. “Todo dia é uma história diferente, o que nos marca”, diz ele.

Durante a pandemia, Jesus consegue se sustentar, mas sua renda mensal caiu. Ele também aponta que as ruas hoje não são tão agradáveis ​​quanto antes. “Você pode ganhar algum dinheiro para sustentar minha família. Eu não gostaria de estar na rua, você sabe, eu trabalho, você se expõe, eu arrisquei pegar um vírus e ficar doente, mas eu tenho que estar na rua para trabalhar para que eu possa sobreviver, certo” ele diz.

Jesus tenta reduzir o tempo de exposição na rua, mas diariamente encontra dificuldades no uso de ferramentas tecnológicas. “Às vezes mostro meus produtos ao longo do caminho e aí, mas há momentos em que não há como sair de casa “, diz o vendedor ambulante. Para ele, as vendas de baixo alcance através do WhatsApp Street são a melhor opção para aumentar a receita.

O vendedor acredita que a inexperiência com ferramentas tecnológicas aumenta as dificuldades com os negócios da época. “Sou um pouco leigo em termos de tecnologia. Não sei como me mudar. Dependo da minha filha, dependo da minha esposa, eles sempre me ajudam, mas tenho um pouco de dificuldade”, diz ele.

“Eu estava desesperado”

Em Capão Redondo, no bairro vizinho de Campo Limpo, em São Paulo, a moradora Claudiene Santos, mais conhecida em seu bairro como Cacau, 26 anos, manicure há oito anos. Cacau é geralmente servido com você. Segundo ela, a flexibilidade do cronograma para realizar outras tarefas foi uma das principais razões para se trabalhar. “Eu trabalho em casa por causa da minha filha, então não tenho que pagar a ninguém para cuidar dela. Posso fazer meus próprios horários porque tenho que concordar com o horário escolar e com qualquer exame médico que precise ir.”

Como um vendedor ambulante, uma manicure começou a trabalhar independentemente em casa devido à falta de emprego formal. Nas primeiras semanas de isolamento social, Cacau ficou preocupada porque todos os seus clientes pararam de procurá-la para fazer as unhas. “Os clientes desapareceram no início da quarentena, como se tivessem desaparecido. Eu fiquei praticamente sem trabalho por um mês.”

A partir daquele momento, um sentimento de desespero tomou conta de Cacau. “Eu estava desesperado porque ele era meu marido uber e foi muito difícil para ele também, ele quase não recebeu uma ligação. Também não pegamos ambulância e não tínhamos garantia de admissão ”, diz ele.

Manicure procurou usar plataformas como Facebook e Instagram tente conquistar novos clientes. “Comecei a usar as ferramentas do Facebook e do Instagram porque, antes de me assustar, não sabia como navegar. Acabei de postar as coisas, fazer o básico, não sei como fazer o que as outras pessoas fazem no Instagram”, diz ele.

Apesar de suas dificuldades, ela ainda insiste em aprender um pouco mais sobre as tecnologias às quais tem acesso para influenciar e valorizar seus negócios. No entanto, ela ressalta que sua maior metodologia de marketing ainda é usar as recomendações dos clientes.

“A maioria dos meus clientes é antiga, todos se referem a alguém. Portanto, mesmo que seja do Facebook, foi porque alguém o indicou. Eles olham no Facebook ou Instagram e me encontram”, diz ele.

“Não basta postar uma foto”

“Não é fácil vender produtos por meio de Internet, não faz sentido publicar uma foto e dizer “estou vendendo”. Você precisa ter recursos. Você tem que ter muitas coisas que eu não tinha como opção, sabia? “, Afirma Valdirene Rodrigues, 47 anos, morador da Vila Industrial, nos arredores da zona leste de São Paulo, que trabalha sozinho como fabricante de modelos.

Durante a pandemia, Rodrigues não pôde prestar assistência presencial, nem conseguiu usar a tecnologia a seu favor. “Eu não tinha como receber pessoas em casa e não tinha como ir até elas, então a situação era muito complicada, tudo bem.”

Nessa situação, Rodrigues percebeu forte demanda em seu bairro por máscaras e começou a produzir e vender. “Comecei a fazer máscaras para venda e ainda estou fazendo isso porque ainda é difícil”, diz ele. Ela acredita que se dominasse os recursos tecnológicos que a ajudariam em seu trabalho e na promoção de produtos, ajudaria a melhorar as vendas.

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