Sobrevivendo a uma vida de tragédias, “Vovó Nina” franziu a testa com a doença do ano e se recuperou em apenas uma semana.
Florentina Martín – ou avó Nina, como seus netos e bisnetos são carinhosamente chamados – tem 99 anos. Ela foi infectada com covid-19 durante uma caminhada em Madrid, mas se recuperou da doença em sete dias. A história foi contada para Jornal espanhol “El País” da neta Noelia, 46, que não vê a avó há três semanas, mas que a escuta todos os dias, ao telefone, sempre às nove da noite.
Foi ela quem recebeu a notícia de que a avó, residente no concelho de Pinto, em Madrid, tinha dores no corpo há dois dias e mal conseguia ficar de pé. Eu nem tinha força para segurar uma colher, disse Olga, a cuidadora que mora com Florentina há sete anos. Um teste diagnóstico confirmou as suspeitas e assustou a família. Era covid-19, em risco para pessoas com mais de 70 anos. E, para Nina, os anos 70 vão para lá há quase 30 anos.
Por esse motivo, antes mesmo de receber o resultado positivo, o tratamento começou – três comprimidos de paracetamol triturados por dia. Em sete dias, estava bom e negativo. Na Espanha, a imprensa chama de “milagre” da avó Nina, que sempre sobreviveu às adversidades. Ou, pelo menos, desde 1981, quando sobreviveu à gigantesca fraude com óleo de colza tóxico para consumo humano (adulterado com óleos industriais), que agitou a Espanha. Com a indenização que o Estado lhe deu, ele comprou uma casa na praia para o filho e os netos. Em 1991, seu marido morreu de câncer e, em 2002, ela perdeu um de seus filhos. O outro já havia perdido, muitos anos antes, era uma criança.