Cientistas bolivianos estão tentando desvendar os mistérios do golfinho rosa

Pescadores que antes cobiçavam o boto-rosa estão colaborando com pesquisadores da floresta amazônica boliviana em uma iniciativa de alta tecnologia para tentar garantir a sobrevivência das espécies raras e entender melhor suas necessidades.

Recentemente, cientistas do grupo ambiental global WWF e da ONG boliviana Faunagua rastrearam quatro botos no rio Ichilo usando tecnologia de satélite que permite aos pescadores usar um aplicativo móvel para comunicar sua localização.

“Eles (pescadores) pescavam botos para usar como isca na pesca”, disse Paul Van Damme, de Faunague. “(Agora) aumentamos sua consciência e os envolvemos como pesquisadores e cientistas.” Apesar de ser um símbolo, pouco se sabe sobre as populações e habitats dos golfinhos, de acordo com o WWF. Os pescadores que ainda visitam os rios relatarão o que comem e a que distância migram, e darão pistas aos cientistas sobre as ameaças que enfrentam.

A iniciativa oferece aos pescadores uma nova perspectiva sobre uma espécie que há muito é sua presa, disse Lila Sainz, chefe da subsidiária boliviana do WWF. “Tudo o que afeta os botos afeta as pessoas que usam esses recursos”, explicou Sainz. “É por isso que, se os golfinhos estão bem, as pessoas estão bem.”

A vasta floresta amazônica na Bolívia é um habitat crítico para muitas espécies, de botos a tucanos a onças, cuja existência está ameaçada pelo desmatamento, represas de rios, incêndios florestais e desenvolvimento.

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