Washington, 18 de junho de 2020 (AFP) – Nos Estados Unidos, os cientistas criaram um sinal elétrico que o cérebro de um rato percebia como odor, mesmo que o odor não existisse.
O objetivo do experimento foi decodificar como o cérebro dos mamíferos percebe e distingue os odores.
O estudo foi publicado quinta-feira (18) na revista científica Science.
Edmund Chong, um estudante de doutorado da NYU Grossman School of Medicine e principal autor do estudo, disse que os cientistas ainda desconhecem o olfato.
“Por exemplo, no reconhecimento facial, o cérebro pode distinguir pessoas com base em pistas visuais, mesmo que não consigam ver o nariz e os ouvidos de alguém”, disse ele.
“Mas essas características ainda não foram encontradas em fragrâncias”.
Para tentar responder a essa pergunta, os pesquisadores criaram experimentos com camundongos geneticamente modificados para que suas células cerebrais pudessem ser ativadas pela iluminação das fibras ópticas, em uma técnica chamada optogenética.
Os experimentos se concentraram no bulbo do focinho, uma estrutura encontrada atrás do nariz em animais e humanos.
As moléculas associadas aos odores ativam receptores celulares no nariz, que transmitem um sinal elétrico aos feixes que terminam os nervos no bulbo, chamados glomérulos. Esses sinais são então enviados para os neurônios no cérebro.
A equipe treinou ratos para reconhecer um sinal olfativo sintético criado pela luz, capaz de ativar seis feixes de nervos em uma ordem específica.
Os animais eram recompensados com água cada vez que pressionavam a alavanca quando notavam um “cheiro”. Se eles pressionassem a alavanca após ativar uma série diferente de feixes de nervos, eles não receberiam água.
A partir deste projeto experimental, os cientistas foram capazes de alterar sutilmente o tempo e a combinação de feixes de nervos ativados, como uma maneira de descobrir quais são os mais importantes. Em outras palavras, quais aspectos de uma fragrância definem ou diferenciam você dos outros.
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