Criação de imobiliárias e supermercados já ultrapassa níveis pré-pandêmicos – Empresas

Desde o início do ano, foram criadas em Portugal 2.169 empresas dedicadas à compra e venda de bens imóveis, mais 147 face ao mesmo período de 2019, antes do início da pandemia. Segundo dados divulgados esta quinta-feira pela Informa D&B, este é um dos setores que tem mostrado mais dinamismo ao nível da criação de negócios. Em termos agregados, o setor de atividade imobiliária cresceu 2,5% face aos primeiros nove meses de 2019.

“A forma muito desigual com que a pandemia e as medidas de combate à mesma afetaram os diversos setores da economia está a ter impacto no empreendedorismo, tanto nas suas fragilidades como nas novas oportunidades de negócio”, destaca a análise da Informa D&B.

No total, entre janeiro e setembro, foram criadas 30.823 novas empresas no país, número 9,1% superior ao registrado no mesmo período de 2020, mas que ainda está 18,9% abaixo dos valores de 2019. Além de reais imobiliária, destacam e também os setores da agricultura (1,1%) e das tecnologias de informação e comunicação (-0,4%) como aqueles que, em termos agregados, já se aproximam dos níveis pré-pandêmicos.

A análise dos subsetores também revela que o varejo também está crescendo. Nos primeiros nove meses de 2022, foram abertas mais 100 empresas de varejo generalista (supermercados) do que no mesmo período de 2019. A subcategoria de varejo que abrange o comércio online indica que mais 151 empresas abriram em face da pré-pandemia.

Do lado oposto encontram-se os setores dos transportes (-59%), alojamento e restauração (-31%) e serviços gerais (-30%), como os que apresentam ainda um maior distanciamento na criação de empresas face a 2019.

No sector dos transportes, cuja retração se explica pela “grande quebra do transporte ocasional de passageiros em veículos ligeiros”, existe, no entanto, um subsector que está em ascensão. Em 2022, foram criadas 190 empresas no subsetor da distribuição, que inclui as remessas postais e estafetas, mais 30 do que em 2019.

O subsector dos transportes terrestres “é o que mais contribui para a diminuição da formação de novas empresas, com menos 1942 novas empresas do que em 2019”, conclui a análise.

Na área do alojamento e restauração, refira-se ainda que os subsetores da restauração e alojamento de curta duração contribuíram este ano para uma redução de mais de 800 novos negócios.

No que diz respeito aos encerramentos e insolvências, estes continuam a ter pouca expressão, até abaixo de 2019, graças a medidas de apoio criadas pelo Governo, como moratórias,

Até 30 de setembro, 8.663 empresas fecharam, 5,3% a menos que no mesmo período do ano anterior. O número de insolvências caiu 14,4%.

A análise da Informa D&B inclui também uma comparação com Espanha, onde a dinâmica do empreendedorismo é “bastante diferente” da portuguesa. “O nosso principal parceiro comercial sofreu em 2020 a maior quebra do PIB da União Europeia, mas em 2022 deverá responder com o que também se espera seja o maior crescimento europeu neste indicador”. A análise revela que o país vizinho regista “um crescimento significativo na criação de novas empresas”, 15% acima dos valores de 2019.

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