Paris, 26 de maio de 2020 (AFP) – Um asteroide que é parcialmente responsável pela extinção de dinossauros seguiu o caminho mais perigoso para envolver a Terra em uma nuvem de gás e poeira, segundo um estudo publicado na terça-feira.
Até agora, a Cratera Chicxulub se formou 66 milhões de anos atrás por uma colisão de um objeto com cerca de 15 km de diâmetro na atual Península de Yucatán, no México, uma onda de choque que causou a extinção de 75% das espécies que vivem na Terra, incluindo dinossauros.
Graças à simulação em 3D, sua trajetória foi reconstruída e publicada na revista Nature Communications.
“Nosso estudo mostra que o efeito de Chicxuluba foi pior do que se pensava”, resume o principal autor do estudo, Gareth Collins. O asteróide seguiu um eixo de nordeste a sudoeste e atingiu o chão em um ângulo de 60 graus.
Esse ângulo de 60 graus “é um dos mais mortais”, porque com essa inclinação é possível projetar o máximo de material possível, rápido o suficiente para engolir o planeta “em uma nuvem de gás e poeira”, explicou um pesquisador da AFP no Imperial College London.
“Impactos quase verticais criam crateras maiores, mas os fragmentos do projeto são mais lentos e menos distantes. Em contraste, um impacto oblíquo não criaria tantos fragmentos”, acrescentou o cientista.
Segundo as técnicas de reconstrução 3D, com base em dados geológicos do local, o acidente perfurou um buraco tão profundo (30 km de profundidade e quase 100 km de largura) que não pôde permanecer aberto. Ele afundou em si mesmo, causando a superfície das rochas, de acordo com Collins.
Bilhões de toneladas de enxofre foram projetadas para fora, formando aerossóis na atmosfera que bloqueavam os raios do sol, reduzindo a fotossíntese e esfriando o clima.
O inverno nuclear que se seguiu levou à extinção em massa de dinossauros que não voavam.
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