OEA condena violência policial no Brasil e pede luta contra o racismo – 08.03.2020

A CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos), órgão da OEA (Organização dos Estados Americanos), revelou “profunda preocupação com os registros históricos de violentas ações policiais registradas durante o primeiro semestre deste ano nos estados brasileiros e seu perfil de discriminação racial. Agravado pelo contexto de pandemia”. .

Os movimentos de direitos dos negros no Brasil entraram com duas queixas na Comissão, que agora fala sobre a violência policial que afeta principalmente os afrodescendentes.

Em uma declaração divulgada ontem em seu site, a CIDH insiste em que o país adote uma “política de segurança pública”, erradicando “a discriminação racial histórica, resultando em um nível desproporcional de violência institucional contra pessoas de ascendência africana e população em situações de extrema pobreza ou miséria”.

A Comissão baseia-se, por exemplo, em dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública que mostram um aumento de 31% na mortalidade policial no estado de São Paulo entre janeiro e abril de 2020 em comparação com o mesmo período do ano passado, registrando 381 mortes por agentes de segurança.

No estado do Rio de Janeiro, segundo o ISP (Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro), a CIDH relata que, entre janeiro e abril de 2020, houve um aumento na mortalidade de aproximadamente 9% por ação policial, com 612 mortes. ação policial.

A CIDH assinala que houve um aumento crítico de casos durante o mês de abril, quando foram implementadas as mais rigorosas medidas de isolamento social para enfrentar a pandemia dos “19 rápidos”. Enquanto no estado de São Paulo as taxas de mortalidade por ação policial aumentaram 53% em relação a abril do ano anterior, por sua vez, no Rio de Janeiro, houve um aumento no número de mortes de aproximadamente 43% em relação à polícia no mesmo período de 2019.

Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, quase 8 em cada 10 mortes de policiais brasileiros são de ascendência africana. Os afro-descendentes, 55% do Brasil, representam 75,4% dos mortos pela polícia.

Quanto ao perfil das vítimas de violência policial, a Comissão Interamericana reafirma que não se trata de casos isolados de violência “, mas que fazem parte de um processo histórico e estrutural de discriminação, com base na origem étnica racial e social, manifestado em recorrência”.

“A CIDH insta o Brasil a adotar políticas abrangentes de segurança pública para combater a prática de discriminação social e racial na ação policial, bem como medidas efetivas para investigar e punir esses atos de violência com a devida diligência e imparcialidade”, afirmou o comunicado.

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