Laranja de dezembro
Alerta dos perigos do câncer de pele e do aumento da frequência com a chegada do verão
Por escrito
29 de dezembro de 2020 às 21h38
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Pode não haver viagens ou a tão esperada virada do ano na praia devido às limitações da pandemia do coronavírus, mas uma coisa é certa: o verão é uma das épocas mais esperadas no Brasil todos os anos porque as pessoas querem aproveitar seus dias de sol.
Mas é preciso cautela, pois a superexposição é uma das principais causas do aumento das taxas de câncer de pele, o tumor mais comum no mundo e no Brasil. Para chamar a atenção para essa causa, a Sociedade Brasileira de Dermatologia criou, em dezembro de 2014, a campanha da laranja com o objetivo de estimular a população brasileira na prevenção e diagnóstico precoce da doença.
No Brasil, é o tipo de câncer mais comum, respondendo por cerca de 30% de todas as neoplasias. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil registrou 176.930 novos casos de câncer de pele não melanoma em 2020, com 2.329 óbitos. O tipo de melanoma está previsto em 8.450 com 1.791 mortes.
A pele é considerada o maior órgão do corpo humano e tem a função de cobrir e proteger o organismo de agressões, como desidratação, vírus, bactérias e danos causados por fatores ambientais.
A doença se desenvolve quando as células que compõem o órgão crescem desordenadamente, isso se deve principalmente ao efeito cumulativo causado pela exposição prolongada ao sol, quando os raios ultravioleta A e ultravioleta B danificam a barreira protetora do órgão. Pode ser dividido em dois tipos:
- Não melanoma: É a variação mais comum no mundo e a menos agressiva, com grande chance de cura quando descoberta. Ocorre principalmente nas partes do corpo mais expostas ao sol, como pescoço, rosto e orelhas
- Melanoma: um dos mais agressivos de todos os tumores malignos. Geralmente, ela se espalha rapidamente para outros órgãos e uma história familiar é um importante fator de risco. O melanoma pode ocorrer em qualquer parte do corpo, na pele ou nas membranas mucosas, na forma de manchas ou manchas.
Fatores de risco e proteção
Nura Rebelo Ayoub, dermatologista da clínica IMUVI, explica que a doença pode se desenvolver a qualquer momento. ‘Apesar disso, os riscos aumentam em pessoas com pele, cabelo e olhos claros; profissionais que atuam em contato com agrotóxicos; pacientes imunossuprimidos e / ou transplantados; pessoas com história familiar de cancro da pele e pessoas com múltiplas localizações no corpo ».
Episódios de exposição solar artificial e exposição solar excessiva e desprotegida ao longo da vida, principalmente na infância e adolescência, também são fatores contribuintes para o aparecimento da doença.
Embora seja o tipo de câncer mais comum no país e no mundo, é possível se proteger tomando algumas medidas. O especialista dá algumas dicas simples que podem ajudar a população a resolver esse problema.
Use protetor solar mesmo em dias nublados
É imprescindível o uso de protetor solar, com FPS maior que 30, para rosto, corpo e lábios, principalmente nos horários mais quentes do dia, entre 10h e 16h.
Se houver exposição solar mais intensa, por exemplo, quando vamos à praia, recomenda-se FPS acima de 50. Porém, o uso desses produtos também é recomendado em dias nublados, pois a radiação ultravioleta ainda está presente e, para garantir proteção contínua, é importante aplique protetor solar a cada 2 ou 3 horas.
Usando um chapéu e óculos de sol
Esses acessórios, além de darem charme ao look, protegem o corpo e os olhos da radiação ultravioleta. Um chapéu de aba é ideal porque protege áreas frequentemente expostas à forte luz solar, como orelhas, olhos, nariz, couro cabeludo e testa.
Roupa apropriada
Os tecidos oferecem diferentes níveis de proteção contra a radiação ultravioleta (UV). Por exemplo, camisas, calças ou saias de mangas compridas oferecem mais proteção. E roupas escuras também protegem mais do que cores claras. No entanto, é importante observar que se a luz passar pelo tecido, a radiação UV também passará. A boa notícia é que, graças à tecnologia, já existem roupas com fator de proteção ultravioleta (FPU) hoje.
Hidratação e nutrição adequada
O consumo de água é importante em qualquer época do ano, mas no verão a atenção deve ser ainda maior, pois em altas temperaturas o corpo tende a desidratar mais rápido. Quando se trata de alimentos, frutas e vegetais contêm nutrientes que ajudam a reduzir os danos do sol à pele.
Diagnóstico precoce
A observação regular da pele permite a detecção de novas manchas irregulares ou quaisquer outras alterações. Existe uma regra básica “ABCDE” para detectar sinais que alertam quando você precisa procurar um especialista. Ver abaixo:
- Assimetria: a lesão não é simétrica, um lado é diferente do outro.
- Bordas irregulares: ocorrem quando a sarda não tem borda bem definida e é irregular.
- Cores diferentes: a lesão tem várias cores.
- Diâmetro: é importante prestar atenção em locais maiores que 5 mm.
- Evolução: Após as dicas anteriores, verifique se as manchas ou manchas mudam de tamanho, cor, formato e aparência.