um garoto drone monitora as trincheiras em um cemitério periférico

Junho chegou e, no meio de uma pandemia, Nene assistiu de uma caixa no bairro para continuar o movimento. Ele não sabe se os vizinhos viram as fotos que ele tirou ou conseguiram que eles soubessem a seriedade da situação. Como se estivesse confirmando uma passagem bíblica que diz que o profeta não foi reconhecido em seu país, ele diz que nunca mostrou imagens nem para pessoas próximas a ele.

O fotógrafo tem uma relação dolorosa com essas imagens. Ele não quer assistir muito, nem os admira. “Eles são bons, mas não são bonitos. Como tenho que publicá-los, publico-os como informação para as pessoas, mas não tenho amor por eles ou pela situação”.

Ele acredita que as publicações servem para “aumentar a conscientização no local” e não devem “declarar nada, porque as fotos falam por si”, mas ele ouviu relatos de pessoas, mesmo aquelas que ele conhece, que pensavam que eram falsas. As fotos acabaram em Manaus (AM) e ele foi acusado de “notícias falsas”.

“Não consigo descobrir quem não leva a sério. Ele me faz pegar essas pessoas, colocá-las no carro, levá-las à parede do cemitério e dizer: ‘Olha agora, sinta a agonia que senti, a desordem que estou passando e ela fica na minha cabeça quando chego. casa com este material “. As famílias se dispersam por lá “, diz ele.” Estamos falando de pessoas que de repente não nos encontram na rua para dizer bom dia ou boa noite “.

O fotógrafo, artista e educador das fábricas culturais do Jardima São Luísa trabalha diariamente para remodelar positivamente seu território, ensinando jovens e crianças a fazer clipes de celular e criar drones com peças alternativas, capturando o cotidiano dos moradores de cima ou em detalhes de seus modelos. enfrenta o estigma – antes disso o cemitério era chamado de “crime” e significava polícia e violência criminal organizada contra moradores da região. É um código de barras.

“Estamos sozinhos na periferia. Não temos como combater esse dano, apenas minimizá-lo”, diz ele. “O Jardim São Luiz foi escolhido na década de 1980 como o pior bairro para se morar. Desde então, essa área foi estigmatizada pelo sentimento de morte, e desta vez não será diferente. Todo o Brasil será estigmatizado, mas as periferias ainda mais.”

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