Os preços das casas em Portugal vão se manter em alta em 2020, mas cairão em 2022, prevê Moody’s – Observer

A agência Avaliação A Moody’s indicou, em relatório divulgado nesta segunda-feira, que os preços das casas na Europa devem se manter altos neste ano de 2020, mas no próximo ano (2021) eles cairão – e essa queda vai ocorrer, especialmente nos países do sul da Europa (incluindo Portugal), cujos as economias estão mais dependentes de atividades como o turismo, uma das mais afetadas por esta crise.

De acordo com a agência Moody’s, “espera-se que os preços no mercado de imóveis residenciais na Europa permaneçam estáveis ​​em 2020, para depois cair na maioria dos países como resultado da crise da Covid-19 e da severa recessão econômica causada pela pandemia”, diz a agência Avaliação, admitindo quedas de preços em torno de 2% em 2022.

Será uma consequência, por exemplo, do fim de alguns apoios do governo, como a inadimplência de bancos. No entanto, o facto de as taxas de juro se manterem em níveis (cada vez mais) baixos fará com que a queda não seja tão acentuada como se poderia prever, pois torna o investimento imobiliário mais atractivo como alternativa a outros investimentos e, portanto, por outro lado, também aliviam a pressão sobre os proprietários porque os benefícios são menores.

Em Portugal, a Moody’s indica que tudo vai depender da rapidez com que setores como o turismo e a restauração voltarão a algo semelhante à normalidade dos anos anteriores à crise pandémica. Se o turismo demorar mais para se recuperar, muitas casas voltadas para o aluguel em acomodação local podem demorar para serem vendidas ou colocadas no mercado de aluguel tradicional, criando potencialmente surtos de “excesso” de oferta, exatamente o oposto da situação que tem marcado a últimos anos.

Outra tendência que a Moody’s não tem dúvidas de que vai se intensificar é a crescente demanda por casas maiores nos subúrbios, em detrimento das grandes cidades. “À medida que as pessoas trabalham mais em casa, a demanda por moradias nos centros urbanos cairá significativamente – os consumidores vão querer casas maiores onde possam trabalhar com mais conforto, mais longe desses centros urbanos”, antecipa Moody’s, que também observa que os governos terão que estar mais intervindo na criação de habitação social e proteção dos inquilinos.

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