A Amazon anunciou nesta quarta-feira (10) que proibiria a polícia de usar seu programa de reconhecimento de rosto Rekogservation por um ano e pediu à instituição padrões rígidos para usar sua tecnologia eticamente no futuro.
“Estamos defendendo regulamentações governamentais mais rígidas sobre o uso ético das tecnologias de reconhecimento facial e parece que o Congresso está pronto para enfrentar esse desafio”, afirmou o gigante em uma loja on-line.
Desde que George George Floyd, um afro-americano estrangulou um policial branco duas semanas atrás, empresas e funcionários tentaram responder a protestos em massa contra a violência policial e o racismo que abalaram o país.
O anúncio ocorre depois que vários grupos de igualdade racial lançaram uma petição online nesta semana pedindo à Amazon que rompa os laços com a polícia e os serviços de imigração dos EUA. A petição diz respeito à tecnologia de restauração e câmeras de vigilância de anel.
“A Amazônia precisa examinar seu papel estrutural na opressão sistemática da população negra”, disse Myaisha Hayes, diretora de estratégia de campanha da Media Justice.
O “império de vigilância” da Amazon poderia ser usado pela polícia para intimidar as pessoas com base em sua raça, tornando a empresa cúmplice de tais abusos, disseram ONGs e outros candidatos.
Não está claro até que ponto a Rekogservation é usada nos serviços policiais e de imigração.
As câmeras em anel, vendidas pela Amazon, são usadas para segurança em casa, mas seus proprietários podem compartilhar o acesso a vídeos da polícia, se assim o desejarem.
Na segunda-feira, a Câmara dos Representantes Democratas introduziu uma lei de “mudança de cultura” na polícia dos EUA.
O texto estabelece um registro nacional para policiais que cometem crimes, facilita procedimentos legais contra eles e mudanças nos procedimentos de seleção e treinamento.
“Esperamos que esse prazo de um ano dê ao Congresso tempo suficiente para estabelecer regras apropriadas”, afirmou a Amazon.
A IBM fez isso antes
O anúncio da Amazon ocorre dias após a IBM ter declarado que não desenvolveria mais ferramentas de reconhecimento facial para vigilância em massa ou para qualquer outro propósito que viole os direitos e liberdades humanos.
“As mortes horríveis e trágicas de George Floyd, Ahmaud Arbery, Breonne Taylor e muitos outros nos lembram que a luta contra o racismo é mais urgente do que nunca”, disse Arvind Krishna, diretor executivo da IBM, em uma carta aos senadores Cory Booker, Kamala Harris e Karen. Base, Hakeem Jeffries e Jerrold Nadler.
* Com AFP