O dia do presidente Jair Bolsonar (sem partido) apresentou críticas às instituições brasileiras no Twitter e uma viagem ao estado de Goiás, onde provocou aglomerações e se comunicou com os apoiadores sem usar máscara.
Lanchonete e foto com bebê
De manhã, o presidente voou de helicóptero para a cidade de Abadiânia (GO), cidade próxima a Brasília. Ele foi acompanhado por aliados, incluindo o vice-major Vitor Hugo (PSL-GO), o primeiro-ministro da Câmara e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.
Bolsonaro conversou com as pessoas nas ruas, parou para tirar fotos e comeu na cafeteria. Ele não usava máscara ao cumprimentar os apoiadores e até usava uma criança que pedia para ser fotografada com ele.
O presidente ignorou as instruções das autoridades de saúde contra as aglomerações para impedir a transferência da nova coronavírus, bem como o uso constante da máscara.
Contra o tráfico de pessoas
Na sua página em FacebookBolsonaro também divulgou um vídeo em que visita o Comando das Forças Especiais do Exército de Goiânia nesta manhã. Na foto, o Presidente aparece sem máscara e usa um chapéu, pouco antes de entrar em um dos carros oficiais da Presidência.
Bolsonaro também se encontrou com uma via da polícia federal em uma operação para combater o narcotráfico nas rodovias federais. Como nos programas anteriores, o presidente se permitiu ser fotografado sem máscara conversando com agentes, que também não usavam proteção. A reunião foi publicada no perfil da PRF (Polícia Rodoviária Federal) no Twitter.
Ele é presidente esta manhã @Jair Bolsonaro e o ministro @AmendoncaMJSP acompanhado por uma das operações da Operação Tamoio, na BR 060, entre DF e Goiânia. Durante a operação, iniciada na quinta-feira (28), mais de 7,7 toneladas de maconha foram apreendidas e mais de 300 pessoas presas pic.twitter.com/T2jZprOLmr
– PRF Brasil (@PRFBrasil) 30 de maio de 2020
Revisões de mídia social
O presidente voltou hoje para postar em suas redes sociais um vídeo com trecho de um discurso do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, no qual o ministro fala sobre liberdade. Bolsonaro critica Moraes desde a realização de uma operação policial na quarta-feira passada, que atingiu alguns de seus apoiadores, dizendo que o ato viola a “liberdade de expressão”.
A operação foi lançada na chamada investigação de notícias falsas, liderada por Moraes no STF, para investigar ataques e insultos contra ministros de tribunais, como financiar a disseminação de notícias falsas.
No final da tarde, o presidente escreveu em suas mídias sociais que “tudo aponta para uma crise”, enumerando uma análise das notícias da imprensa sobre o movimento do judiciário e o Tribunal de Contas da União sobre seu governo.
– TODOS OS PONTOS DE CRISE:
1. As capas dos jornais abordavam, com ênfase variável, decisões envolvendo ações do STF, PF, TCH e TSE em relação ao governo Bolsonaro e seus aliados.
– Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 30 de maio de 2020
“Manchetes de jornais com sotaques diferentes, decisões envolvendo ações do Supremo Tribunal Federal, da Polícia Federal, do Tribunal de Contas Federal e do Supremo Tribunal Eleitoral contra o governo Bolsonaro e seus aliados”, afirmou o presidente em comunicado.