Em uma declaração escrita enviada à polícia federal nesta quinta-feira (4), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, realizou declarações sobre a China, levando-o a responder a uma investigação do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre racismo.
Weintraub disse à PF que não tratava os chineses de maneira discriminatória, quando satirizou a ênfase na população asiática asiática do Brasil para insinuar que o país oriental se sairia mais forte da nova pandemia de coronavírus.
Ele disse estar ofendido por o racismo estar contra ele e justificou que o “método que ele aborda” no post nas mídias sociais que levaram à investigação “incluía elementos de humor”.
O ministro também afirmou que sua declaração foi protegida pela liberdade de expressão e enfatizou que “há evidências muito fortes de que o vírus foi criado em laboratório e que o Partido Comunista Chinês escondeu o início da pandemia e informou a OMS que não havia infecção entre as pessoas”.
O Weintraub apareceu na sede da PF para testemunhar na investigação iniciada a pedido do PGR (Ministério Público) e autorizada pelo ministro Celso de Mello, relator do caso no Supremo Tribunal Federal.
O pedido do advogado veio depois que o Weintraub postou no Twitter a capa de uma história em quadrinhos com uma bandeira chinesa e postou uma mensagem alterando a letra “R” para “L”, além do personagem de Cebolinho, da Turma da Mônica.
“Geopoliticamente, quem pode, da Lelative, sair do mundo dessa crise global? Lia pode ser Cebolinha? Quem são os aliados no plano inconfundível de BLasil do Cebolinha de governar o mundo? Existe SeLia Cascão ou ela tem mais amigos?”
A mudança de versos zomba do sotaque de muitos asiáticos quando falam português. O Weintraub excluiu a publicação, que também sugeria que a China poderia se beneficiar da crise do Covid-19.
Na época, a embaixada chinesa disse que “tais declarações são completamente absurdas e desdenhosas, que têm uma natureza fortemente racista e objetivos indizíveis, o que causou impactos negativos no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China-Brasil”.
O ministro passou cerca de 20 minutos no prédio da PF. Uma líder de torcida estava esperando por ele na saída e o carregava nos braços dos fãs.
Os investigadores receberam um testemunho de quatro páginas, mas o procedimento surpreendeu os investigadores porque a previsão original não era uma audiência por escrito.
Dada a situação inesperada, os investigadores avaliarão a situação e informarão o Ministro Relator, que será responsável por decidir sobre a validade deste documento.
Em seu depoimento escrito, ele afirma que o post deveria ter sido destinado “ao tópico da maior seriedade, sem tédio, na dinâmica das redes sociais”.
O objetivo, segundo Weintraub, era iniciar um debate sobre o papel do PCC (Partido Comunista da China) na pandemia. O anúncio, diz o ministro, não foi dirigido ao povo chinês.
“Geopolítica é política entre estados, não um relacionamento entre nações”, argumenta. Ele também acusa o país asiático de ser um “defensor das violações dos direitos humanos” e de viver “uma ditadura comunista de partido único que não respeita os princípios que governam a democracia liberal”.
“Tenho orgulho de ser descendente de judeus, negros, cristãos, indianos e, devido à minha forte etnia, estou ofendido por estar sendo investigado sob acusação de racismo por uma manifestação de conteúdo geopolítico”, conclui.
Na semana passada, o ministro já testemunhou em uma investigação que investiga a disseminação de notícias falsas e ameaças a membros do Supremo Tribunal Federal. No último caso, Weintrauba se viu alvo do Supremo Tribunal depois que uma reunião ministerial foi anunciada em 22 de abril, na qual ele disse que mandaria todos para a prisão “começando com o SPF”.