Átomos sem fricção que fritam seu ovo: descubra frascos antiaderentes – 6/4/2020

Muitas pessoas desistem de cozinhar, pensando apenas no trabalho de limpar panelas ou remover o palito da panela. Nesse ponto, as bacias de revestimento antiaderente são uma grande ajuda. Mas você sabe por que os alimentos não grudam no seu pote favorito ou por que é muito mais fácil de limpar?

A resposta envolve a aplicação de vários materiais, como a cerâmica, mas o mais popular é o PTFE, que significa uma palavra muito mais complexa: politetrafluoretileno.

A tecnologia por trás dos utensílios de cozinha
Slika: Rebimboca Studio / UOL

O PTFE é um material composto por átomos de carbono e flúor. É um tipo de polímero sintético fluorado, que tem como principal propriedade a inércia.

Isso significa que ele não reage com outros compostos e também possui um baixo coeficiente de atrito, razão pela qual outros materiais deslizam sobre sua superfície. Finalmente, ele tem outra propriedade: hidrofobicidade, que é a capacidade de repelir água e outros líquidos.

Por todas essas razões, é necessária uma técnica especial pela qual o PTFE é fixado na superfície. O mais comum em panelas é o jateamento de areia na superfície da panela que receberá o revestimento, para aumentar sua rugosidade.

Em seguida, chega à superfície uma substância chamada primer, que atua como uma “cola”, aumentando sua adesão. As camadas de PTFE são então colocadas na forma líquida e a panela é aquecida a 430 ° C para que essas camadas sejam sólidas.

Mas essa não é a única maneira de aplicar o revestimento. É possível sujeitar o processo de PTFE a reduzir a resistência de união entre os átomos de sua composição, permitindo que a adesão à superfície seja revestida. É então aquecido e pressionado contra a superfície.

Por que os alimentos não grudam nesses revestimentos?

O segredo está na estrutura do PTFE, que é formado por uma longa cadeia de átomos de carbono e flúor, uma das ligações mais fortes que existem na química orgânica. Essa ligação é tão forte que evita que outras substâncias se grudem, o que confere à articulação a propriedade de antiaderente.

Átomos de alumínio, aço ou ferro permitem maior interação com outras substâncias e, portanto, a adesão dos alimentos às superfícies metálicas ocorre mais facilmente.

Além de pratos, onde mais o PTFE é usado?

Embora seja mais comum ver o uso de materiais em panelas, o PTFE é uma boa opção para capas de chuva, tetos à prova d’água, fitas de vedação de rosca de tubo, montagens eletrônicas e até dentaduras.

Em ambientes industriais, por exemplo, é usado para revestir lâminas de mistura de alimentos em escala industrial, bem como em tubos para conduzir alimentos e resíduos.

Além disso, existem outras aplicações, como tanques de preparação de medicamentos ou reatores para a produção de substâncias corrosivas.

Por que não podemos usar utensílios de metal em superfícies pegajosas?

Embora não permitam a aderência de outras substâncias, os revestimentos antiaderentes não são resistentes ao impacto, especialmente com objetos duros e pontiagudos.

Por mais que usemos acessórios de madeira e plástico, eles ainda são menos duráveis ​​do que os de metal. Isso explica por que os riscos e rasgos de metal são removidos de uma fina camada de corrente de ar, enquanto que com outros materiais é mais difícil.

Pratos com esse revestimento podem causar problemas de saúde?

Vire-se e role-se. Ouvimos dizer que os vasos revestidos com spray de alimentos podem tornar os alimentos tóxicos ou algo assim. De qualquer forma, uma das preocupações incluía o chamado ácido perfluorooctanóico (PFOA), usado para produzir PTFE. Hoje, essa substância não é mais usada na produção de dedos.

Isso não significa que o PTFE é completamente seguro. Isto significa: até 260 ° C, a faixa de temperatura comumente usada para cozinhar, as moléculas do material são estáveis. Mas, acima disso, o material começa a se decompor e a criar vapores tóxicos.

Idealmente, nesse caso, siga rigorosamente as diretrizes para uso do fabricante.

Outro risco possível refere-se ao consumo acidental do material, por exemplo, quando um arranhão pode quebrar na superfície. Aqui, como o PTFE é um material inerte, não há consenso de que tal situação possa criar riscos à saúde.

fontes:

Adriana Martinelli Catelli de Souza, Coordenadora do Curso no Centro Universitário FEI

Guilherme Wolf Lebrão, Professor de Engenharia Mecânica no curso de Engenharia Mecânica do Instituto Mauá de Tecnologia

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