Problema com 5G? A saída é de televisão digital que substituirá a antena parabólica, diz o diretor executivo – 19.06.2020

A futura interferência do 5G nas antenas parabólicas complicou a chegada de novas tecnologias móveis no Brasil. As empresas de telefonia proíbem a troca de equipamentos em locais onde há um problema entre os sinais 5G e TV. As estações de televisão e rádio, por outro lado, desejam substituir os receptores de todos os usuários, pois toda a transmissão seria alterada para uma faixa de frequência diferente. Mas, para Robert Bernardocki, diretor de soluções e tecnologia de rede da Ericsson, a solução mais adequada seria o avanço da televisão digital que substituirá a transmissão via satélite.

A empresa sueca é uma das principais fabricantes de equipamentos de rede do mundo; portanto, na disputa com televisores, tira vantagem das operadoras de telefonia. Numa entrevista com ViésBernardocki afirma que as emissoras estão expandindo seus investimentos em televisão digital para alcançar regiões mais remotas.

“É importante que essas dificuldades sejam contornadas e que cada serviço tenha responsabilidade pelo que está dentro do seu escopo”, diz ele. O Brasil já passou pela limpeza do espectro. Em 2015, a TV analógica começou a sair de cena e o processo de migração para a TV digital começou. Isso lançou a banda de 700 MHz, destinada a 4G. O procedimento foi pago com dinheiro de um leilão que trouxe a quarta geração de celulares para o Brasil.

Ao contrário da televisão terrestre e da telefonia móvel, a transmissão de TV para casas parabólicas (TVRO) não é um programa nem é um serviço de telecomunicações. E, de acordo com o executivo, não faz sentido pagar uma conta tão alta para resolver esse novo problema. “O 5G terá um impacto muito grande e positivo na economia. Vemos que as disputas entre os EUA e a China estão aumentando sobre o 5G. E todo esse contexto é afetado pelo debate sobre serviço irregular, que utiliza espectro sem regulamentação, onde o equipamento não é certificado e é de baixa qualidade. “, critica.

Inclinação – É possível que o 5G não interfira na frequência das TVs parabólicas?
Paulo Bernardocki –
No contexto, a televisão por satélite não utiliza o espectro regularmente e não possui dispositivos legais. O que existe é a recepção de sinais por enormes antenas de TV via satélite para uso profissional. Esses casos podem ser resolvidos usando um filtro, conectado atrás de uma antena profissional.

O problema é que esse serviço foi utilizado em residências e criou um mercado inteiro para antenas parabólicas com qualidade muito limitada. Esse recurso significa que, em certas situações, eles podem ter interferência 5G, que não usa a mesma frequência do TVRO.

Essa interferência ocorre apenas nos casos em que a torre 5G fica entre 50 e 100 metros da residência usando a antena parabólica. Haverá vários pratos envolvidos. Precisamos nos concentrar na solução desses casos específicos, não tendo uma política de substituir todas as antenas parabólicas instaladas. Isso gera custos, onerando significativamente o leilão. Você mudará algo que não precisa ser mudado.

Inclinação – E por que várias antenas parabólicas se misturam? Onde existe um satélite não terá 5G?
Paulo Bernardocki –
As antenas 5G estarão bastante distantes. Hoje vemos que a distância média de uma antena para outra é de quilômetros. E o 5G, é claro, será implementado nas grandes cidades, mesmo que as operadoras tenham um bom fluxo de caixa para continuar a implementação. Isso também aconteceu com 2G, 3G e 4G. Leva tempo para uma distribuição homogênea para toda a população.

Nas cidades onde o 5G começará a ser instalado, já existe um serviço de transmissão de televisão digital. A sobreposição é pequena. TVs parabólicas são usadas em regiões remotas, onde a chegada do 5G levará mais tempo [para chegar].

Inclinação – E quantos usuários de antenas parabólicas haveriam na área de sobreposição?
Paulo Bernardocki –
Não criamos esta conta. Mas quando você olha para a distribuição das torres da cidade e a densidade dos blocos envolvidos, verá que a faixa 5G desse serviço é muito pequena em áreas problemáticas.

Slope – o que você representa?
Paulo Bernardocki –
Entendemos que essa é uma política pública do MCTIC. É importante manter este serviço [de parabólicas], especialmente para pessoas de baixa renda, porque elas não têm televisão digital hoje. O que estamos defendendo é um ato exato, é algo específico, mas não que tenha um cheque em branco.

Isso aumenta os valores do leilão e pode afetar o nível de investimento em 4G e 5G. Basicamente, o que vemos é um conflito entre diferentes gerações de tecnologias. Eu diria mesmo que há uma inversão prioritária.

O 5G é considerado um dos pilares da economia no século XXI e até é considerado uma nova revolução industrial devido aos motores a vapor, elétricos e de propulsão. O 5G terá um impacto muito grande e positivo na economia. Vemos disputas entre os EUA e a China se intensificando ao longo do 5G. E todo esse contexto é afetado pela discussão sobre serviço irregular, que utiliza espectro sem regulamentação, o equipamento não é certificado, é de baixa qualidade. É por isso que você não pode parar a economia.

Inclinação – O que você atribui à decisão do MCTIC de considerar antenas parabólicas ao implementar o 5G?
Paulo Bernardocki –
Houve um conflito entre o setor de telecomunicações e o setor de radiodifusão. Os interesses envolvidos são grandes, pois cada parte busca prestar seu serviço. Nosso entendimento é que o tamanho da política do MCTIC está correto, pois não transformaremos a sociedade de um momento para outro para que todos possam desfrutar de tecnologias avançadas.

Mas gostaríamos de impedir que as despesas garantissem a supervisão pública fora de controle. A partir dos cálculos e testes que realizamos, é uma pergunta muito precisa. Os valores e a maneira como são calculados não nos parecem realistas, atingindo a ordem de vários bilhões de reais.

Inclinação – É aceitável considerar um serviço não regulamentado ao implementar a tecnologia que se espera muito, como o 5G?
Paulo Bernardocki –
Acredito que a solução apropriada seria aumentar o investimento na cobertura da TV digital. Foi projetado para isso.

Inclinação – Isso seria mais caro do que manter antenas parabólicas?
Paulo Bernardocki –
Não sei dizer Mas seria um serviço de TV seguir seu caminho de evolução tecnológica. Hoje, o serviço de antena de satélite é usado, que nem é regulamentado, mas aproveita a vantagem da condição técnica existente, que é o sinal aberto, para distribuição. Se olharmos para os regulamentos da Anatel, não parece.

Obviamente, existe uma condição estabelecida que devemos levar em consideração, mas é importante contornar essa dificuldade e cada serviço tem a responsabilidade pelo que está dentro do seu escopo.

Inclinação – Você mencionou a disputa entre as empresas de telecomunicações e transmissão, mas a Ericsson também tem um interesse muito claro.
Paulo Bernardocki –
A Ericsson é fornecedora de equipamentos de telecomunicações, e as empresas nessa área são nossos clientes. Nossa posição é nesse setor.

Nosso site analisa pessoas que precisam de antenas parabólicas e sugere mitigação. De forma alguma concordamos com investimentos desnecessários e sem critérios. Não é apenas o investimento das operadoras de telecomunicações, mas quando são incorridos custos que não são economicamente justificados, eles param de expandir o serviço para áreas que poderiam ser melhor atendidas.

Inclinação – Qual é a sua perspectiva para resolver este problema no futuro? A Anatel já está estudando uma solução de migração de largura de banda de satélite.
Paulo Bernardocki –
Primeiro, nossas expectativas são de que isso seja resolvido rapidamente. O atraso na chegada do 5G é um atraso para a economia brasileira. Já fizemos vários cálculos e estamos falando de 10 bilhões de bilhões de injeções de tecnologia, equipamentos e construção. Se considerarmos a receita tributária, cada ano de atraso resulta em um montante de R $ 25 bilhões. Sem mencionar o número de funcionários. Tudo isso é muito relevante no contexto da recessão.

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