‘Zumbis são como ódio’

Se você ainda não comparou coronavírus no apocalipse zumbi, a série “Reality Z”, que chega hoje à Netflix, pode mudar a maneira como você assiste um pouco.

Em um apocalipse zumbi, devemos sobreviver e impedir que outros se tornem zumbis. Antes de tudo, obviamente, porque se eles se tornarem zumbis, eles nos comerão. Mas porque todo o poder humano pode ser aproveitado pela existência de todos – Anna Hartmann, atriz e pesadelo de zumbis

Anna (“Me Chama de Bruna”) interpreta Nina, um dos papéis principais em “Reality Z”. Também estão no vídeo Sabrina Sato e Guilherme Weber.

Imagem: Suzanna Tierie / Netflix

A produção brasileira foi inspirada na minissérie britânica “Dead Set”, criada pelo autor de “Black Mirror” em 2008 (e exibida no Brasil na Multishow), mas a história se tornou o ar contemporâneo 2020 de uma maneira que nenhum dos envolvidos poderia prever durante as filmagens.

E sim, este é um “espelho muito preto”.

O coronavírus levantou a questão do isolamento, coexistência, perigo de infecção e o relacionamento de cada pessoa com outras pessoas. Esses problemas podem ser facilmente comparados a um desastre zumbi. Diante do apocalipse, o ser humano se desenvolve e amadurece. Todo mundo está mudando. Isso está acontecendo no mundo agora. Também somos testemunhas da distopia que atingiu a Terra – Cláudio Torres, diretor

Sabrina volta ao ‘Big Brother’?

Suzanna Tierie / Netflix
Imagem: Suzanna Tierie / Netflix

Você provavelmente lembra que Sabrina Sato é uma das ex-integrantes mais famosas do BBB, certo? Porque em “Dead Set” a casa de “Big Brother” se tornou o refúgio mais seguro do mundo no meio de um apocalipse zumbi – uma piada feita com “BBB 20“Quando a pandemia“ vida-19 ”eclodiu e nos deixou trancados aqui como irmãos.

Na série Netflix, a mesma Sabrina Sato interpreta Divina, a apresentadora de “Olympus”, também reality showNo primeiro episódio, ela anuncia que a noite terá sangue e “sacrifício”, como as paredes são chamadas. O que deveria ser a palavra-chave do programa serve, em última análise, como uma introdução ao que se segue.

Você já imaginou Sabrina se tornando um zumbi?

E quando a festa fora do “Olympus” termina com um massacre de cobras, um dos participantes da casa, sem saber do que se trata e acha que é divertido, resmunga:

Esta é a nossa audiência, animais

Sabemos que no BBB real – e sem os zumbis – o cara que criticou os reality shows verá sua popularidade despencar. Mas é como se Sabrina viajasse de “BBB“de 2003 até o” fim do mundo “2020.

O reality show é um gênero permeado e adorado pelos fãs e pela mídia. Acredito que essa foi a maior crítica social de Charlie Brooker no filme ‘Dead Set’, no qual ‘Reality Z’ se baseia. Eu acho que nossos zumbis representam inimigos, pessoas movidas pelo ódio – Sabrina Sato, uma figura divina

Sim, Sabrina Sato será um zumbi em

Sim, Sabrina Sato será um zumbi em “Reality Z”

Imagem: Suzanna Tierie / Netflix

Mas por que o ‘Big Brother’ de ‘Dead Set’ se tornou ‘Olympus’?

“No Brasil, a série não foi inspirada neste ou naquele reality show. A proposta da Netflix era criar uma realidade brasileira. Convidamos novamente a geléia tropical em geral e misturamos Carnaval com zumbis. “Olympus” acabou sendo uma metáfora e uma causa em uma série “, explicou Cláudio.

Essa “geléia tropical” também é semelhante ao que vimos no filme “Bacurau”, um filme de Kléber Mendonç Filh.

Inspiração de videogame

Os participantes do Olympus usam fantasias e posam em locais dignos da Grécia Antiga. Imagine a surpresa (e a alegria) do relatório ao descobrir que a inspiração visual veio do videogame “God of War”, um clássico do PlayStation, cujo fã é Claudio.

Admito que bebi do jogo “God of War” (pela aparência), da série “Walking Dead” (temporada na prisão), “Rage of the Titans” e do longo “Extermination” (pela velocidade dos zumbis). Talvez um pouco de Asterix. A criação do Olimpo foi uma maneira de estabelecer os símbolos da civilização e acabou se tornando o fio principal da série.

Por se tratar de um programa de televisão com um grande público que não pode falhar, a casa “Olimpo”, também localizada no Rio, se torna um refúgio ideal durante o apocalipse zumbi, com antena de comunicação própria e autossuficiência de energia e água,

O personagem de Kratos, de “God of War”, odiaria zumbis.

Mas o pior está dentro da propriedade:

O local se torna uma fortaleza ameaçada por zumbis e, dentro das muralhas, uma fada da natureza humana.

E no Rio de Janeiro, políticas e milícias corruptas podem atrapalhar.

Suzanna Tierie / Netflix
Imagem: Suzanna Tierie / Netflix

‘Jogos Vorazes’ e ‘Battle Royale’ na versão não-morta

Apenas no primeiro episódio de “Reality Z”, o Twitter notou algumas semelhanças com “Jogos Vorazes” e o clássico japonês “Battle Royale”. É claro que o reality show desses dois títulos consiste em assassinatos deliberados e televisionados – e não era esperado que o derramamento de sangue acontecesse no Olimpo -, mas os símbolos estão lá.

Interpretado por Guilherme Weber, Brandão tem cabelos brancos e é o “Big Boss” da Olympus. Um produtor que sacrifica quem e o que é preciso para se dar bem, e isso varia da realidade dirigida ao frio (e nicotina) ao uso de uma cadeira de rodas como escudo humano para escapar dos zumbis.

Suzanna Tierie / Netflix
Imagem: Suzanna Tierie / Netflix

Não é difícil notar uma semelhança com o Presidente Snow (Donald Sutherland), o personagem de Jogos Vorazes, mas Guilherme Weber garantiu que era uma mera coincidência:

Eu acho que você pensou sobre isso por causa da semelhança física, excluindo a diferença de idade entre eu e Donald [risos]Mas Snow e Brandão compartilham semelhanças no poder que têm ou acreditam que têm. Brandão é um diretor arrogante e fútil típico que circulou na televisão nas décadas de 1980 e 1990.

Mas e os males de Brandã, Guilherme?

“Brandão é um personagem que já começa com alta tensão emocional e se torna cada vez mais selvagem e perde a humanidade. É por isso que usar cadeira de rodas ou armário com viseira é o mesmo para ele”. – Guilherme Weber, que interpreta o “Grand Boss” da Olympus

Olá, fãs de ‘The Walking Dead’

Além do diretor Cláudi Torres, que confirmou a influência de “The Walking Dead”, Anna Hartmann admitiu descuidadamente que não vê como escapar dessa inspiração em uma série que inclui zumbis:

Pessoalmente, eu amo ‘Walking Dead’ e fui inspirado pelo poder muito feminino de Michonne, Andrea e Maggie para montar Nina. Mas criamos uma história muito brasileira.

Sabrina é outra raposa da série Fox, que está em sua décima temporada:

Como fã de The Walking Dead (eu a vi duas vezes a cada temporada), posso dizer que ‘Reality Z’ excedeu todas as minhas expectativas em qualidade, atuação, efeitos, músicas, ritmo, em todos os aspectos.

Mas isso não é assustador?

Bem, “Realidade Z” é para maiores de 18 anos. Tem sangue, zumbis, referências sexuais e elementos com os quais as pessoas com estômago fraco podem sentir nojo, como o intestino e o intestino.

Suzanna Tierie / Netflix
Imagem: Suzanna Tierie / Netflix

A propósito, é possível filmar uma série como essa com medo? Sabrina responde:

Eu sempre gostei, assisto todos os filmes e séries do gênero. Eu queria jogar zumbis [risos], Fiquei muito feliz e honrado por ter sido convidado para fazer a primeira série brasileira de zumbis da Netflix, com essa mega produção e atuação que eu admiro. Admito que na época das filmagens era tenso ficar cara a cara com tripas e zumbis

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